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Gazeta Paços de Ferreira

24/11/2023, 0:00 h

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Feirinhas de outono

Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA

EDUCAÇÃO

Em novembro foram sendo realizadas, um pouco por todas as escolas, as feirinhas de outono. Sem dúvida que se tornou uma tradição a sua realização.
E para que servem as feirinhas?

Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)

COMENTÁRIO EDUCAÇÃO

 

 

Abertura da escola

 

 

Sem dúvida é uma oportunidade de abrir a escola à comunidade. Abrir a escola não se restringe a abrir os portões. Abrir significa que se realizem atividades a que a comunidade possa assistir e participar.

 

 

Do meu ponto de vista, a Escola continua a ser um estabelecimento de Educação e de Ensino e, como tal, esse deve ser a sua principal missão.

 

 

Já houve tempos em que eu própria, confesso, me ia desviando dessa missão na ânsia de realizar atividades que envolvessem a comunidade. Também é verdade que noutros tempos as escolas necessitavam muito das verbas que se angariavam com essas atividades, pois os recursos materiais e as instalações estavam bem aquém do que se verifica hoje em dia.

 

 

Como funcionam, regra geral?

 

 

Por norma, os pais contribuem com produtos locais ou que confecionam e depois os mesmos compram o que lhes dá jeito (ou nem por isso) para ajudar a fazer algum dinheiro. Tentam ainda divulgar e levar familiares para que contribuam também.

 

 

O que tenho sentido nos últimos anos é que cada vez os pais contribuem menos e fazem um esforço maior para comprar.

 

 

Pedagogia versus comércio

 

 

As feirinhas de outono devem privilegiar, não tanto o aspeto comercial, mas preferencialmente o lado pedagógico. Devem ser aproveitadas para que os alunos contactem de perto com os produtos locais que cada vez mais são desconhecidos. Na nossa feirinha, embora organizada em parceria com a associação de pais, não abdicamos da vertente pedagógica. E assim, a montagem das barraquinhas é feita com a colaboração dos alunos, que agrupam e categorizam, conforme os produtos que nos chegam.

 

 

Depois, cada grupo ou turma, explora o que existe em cada barraca e descobrem que, por acaso, o que achavam ser alface é uma tronchuda ou penca e o suposto tomate não é mais do que um dióspiro.

 

 

Potencia-se a aprendizagem quando a venda é feita pelos próprios alunos, que vivenciam uma situação real em que trabalham com o dinheiro.

 

 

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A Escola não é local de comércio

 

 

Oponho-me terminantemente a que a Escola se afaste da nobre Missão a que se destina. Oponho-me a que se assemelhe a um simples mercado Municipal, em que até as barraquinhas são as mesmas. E, por isso, não abdico que essas atividades se realizem no horário letivo, para que todos os alunos tenham as mesmas igualdades de oportunidades. Já houve tempo em que fizemos ao sábado e percebemos que mais de metade dos alunos não iam, e servia muito mais a comunidade do que os alunos. Feita essa análise, reformulamos a atividade e todas as que não ponham quem de direito em primeiro lugar: os alunos.

 

 

Não há dinheiro angariado que compense a perda pedagógica.

 

 

 

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