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Gazeta Paços de Ferreira

10/12/2021, 0:00 h

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EDITORIAL Sobre as dificuldades do comércio local

Editorial

No entanto, pese embora a boa vontade destas instituições, crê-se que estas iniciativas jamais passarão de meras acções caritativas (uma espécie de cabaz para os pobrezinhos) e, fundamentalmente, de paliativos para os reais problemas, que afectam este pequeno comércio local.

A evolução do capitalismo em Portugal fez surgir, a partir dos anos 90 do século passado, no sector comercial, grandes empresas de distribuição, de que se se destacam as grandes e médias superfícies de venda de produtos alimentares.

Estas unidades comerciais, que se foram implantando um pouco por todo o território nacional, também existem em número significativo no concelho de Paços de Ferreira.

Esta implantação teve consequências relevantes na diminuição da clientela, que, tradicionalmente, se abastecia nas pequenas e medias empresas (mercearias e outras), muitas delas de cariz familiar, que se espalhavam um pouco por todo o concelho, mas com maior incidência nos centros populacionais das actuais cidades de Paços de Ferreira e de Freamunde.

Muitas dessas empresas/lojas encerraram as suas portas e as que subsistem passam por graves dificuldades, salvo algumas honrosas excepções.

Também se assistiu a uma diminuição da procura nas feiras tradicionais do Cô e de Freamunde, pela maior oferta nas grandes superfícies, que, além disso, ainda permitem compatibilizar os horários das compras com os horários laborais.

Naturalmente, esta situação vem preocupando a associação representativa dos empresários pacenses (AEPF – Associação Empresarial de Paços de Ferreira) e a Câmara Municipal, que têm organizado campanhas tendentes a promover o comércio local, como a que está a decorrer neste momento.

No entanto, pese embora a boa vontade destas instituições, crê-se que estas iniciativas jamais passarão de meras acções caritativas (uma espécie de cabaz para os pobrezinhos) e, fundamentalmente, de paliativos para os reais problemas, que afectam este pequeno comércio local.

Para além do já referido estrangulamento das grandes superfícies, crê-se que este comércio é afectado pela sua implantação geográfica - nos dois principais centros urbanos, para onde praticamente não existem transportes públicos, obrigando à utilização do transporte particular, que vai encontrar dificuldade de estacionamento (mesmo sem relevar aqueles que gostariam de entra pelas lojas adentro com as suas viaturas).

Além disso também se pressentem carências na formação do pessoal no atendimento e se constatam enormes deficiências na promoção dos negócios junto da população, nomeadamente não aproveitando, para o efeito, as virtualidades dos órgãos de comunicação social local

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