Por
Gazeta Paços de Ferreira

03/08/2022, 22:00 h

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EDITORIAL - A GUERRA E OS PREÇOS

Destaque

Na verdade, esta “guerra da Ucrânia” é uma realidade bastante complexa, muito para além da vulgata “evangélica” que nos vêm transmitindo, que talvez – pensamos nós – seja necessário conhecer melhor, a fim de atribuir responsabilidades e encontrar os caminhos para lhe pôr termo.

Nos últimos meses temos sido informados de alguns indicadores económicos, nacionais, europeus e mundiais, que não podemos, nem devemos deixar passar em claro.

E estamos certos que os nossos leitores se vão preocupando com eles, pois não deixam de afetar os seus rendimentos e, consequentemente, o seu nível de vida.

Esses são a inflação - que sobe todos os meses e que, dizem-nos, já é a mais elevada de algumas dezenas de anos atrás -, os preço dos bens alimentares, da energia, eletricidade, gás e combustíveis.

Ora, estamos certos que nenhum dos nossos leitores é indiferente a este tipo de notícias.

Por outro lado, também se deverão recordar das “excelentes notícias” respeitantes aos resultados da exploração semestral de algumas entidades bancárias, petrolíferas e empresas de distribuição.

Assim, lembre-se, para o efeito, que o Santander Portugal multiplica lucros por quatro para 155,4 milhões de euros. A Iberdrola lucra mais 35,5% na primeira metade do ano. A Galp tem um lucro de 420 milhões nos primeiros seis meses do ano. Lucro da Jerónimo Martins avança 40% para 278 milhões. Lucro da EDP Renováveis dispara 87% para 265 milhões de euros.

Ora, dir-nos-ão os leitores: uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Não terá? Os lucros de uns não serão o prejuízo dos outrs?

Para o aumento da inflação, dos preços dos bens alimentares, da energia, os comentadores/explicadores do regime, escarrapachados em tudo quanto são jornais e televisões (com algumas honrosas exceções) lá nos vão “ensinando” que, apesar de já se terem vindo a verificar desde há algum tempo, foi a partir da guerra da Ucrânia que se acentuaram.

Pois é esta referência singela à guerra da Ucrânia, que “enternece”.

Na verdade, esta “guerra da Ucrânia” é uma realidade bastante complexa, muito para além da vulgata “evangélica” que nos vêm transmitindo, que talvez – pensamos nós – seja necessário conhecer melhor, a fim de atribuir responsabilidades e encontrar os caminhos para lhe pôr termo.

E já agora, que estamos para aqui a falar de causas na subida de preços, talvez seja pedagógico conhecer-se alguma coisa sobre negócios de gás, de petróleo, de cereais, e porque é que se efetuaram cortes de fornecimentos a uns para que outros passassem a fornecer. E também se poderá avançar para as célebres sanções económicas, que tem estado a ter o efeito que o nosso povo tão impressivamente descreve: “ir buscar lã e sair de lá tosquiado”.

Assim, por hoje termina-se com duas perguntas:

- Essas sanções não serão as responsáveis por estas subidas de preços, que (quase) todos nós estamos a sentir?

- Essas sanções não têm nomes (pessoas), entidades instituições, que poderemos apreciar / responsabilizar?

(Palavra de honra que não acreditamos na “maldade” dos Céus.)    

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