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Gazeta Paços de Ferreira

28/12/2021, 0:00 h

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A Polimedicação na terceira idade

Opinião

O processo de envelhecimento e as patologias crónicas associadas, como por exemplo a diabetes ou a hipertensão arterial, potenciam a polimedicação, prescrita muitas vezes por diferentes médicos, aumentando o risco de efeitos adversos, interações medicamentosas ou até mesmo a necessidade de hospitalização.

O progressivo envelhecimento da população e o aumento da esperança média de vida conduzem a uma maior prevalência de doenças crónicas que consequentemente, incrementam a polimedicação na faixa etária mais idosa.

A definição de polimedicação é variável, usualmente definida como, o uso de vários medicamentos em simultâneo ou a prescrição de medicamentos não indicados clinicamente. Outras definições, referem-se ao consumo de cinco ou mais fármacos, sejam de prescrição médica, medicamentos de venda livre, suplementos ou produtos de ervanária.

O processo de envelhecimento e as patologias crónicas associadas, como por exemplo a diabetes ou a hipertensão arterial, potenciam a polimedicação, prescrita muitas vezes por diferentes médicos, aumentando o risco de efeitos adversos, interações medicamentosas ou até mesmo a necessidade de hospitalização. Este risco relacionase com o número de fármacos, o tempo de utilização e a dose prescrita.

A prescrição em pessoas idosas, é uma tarefa cautelosa e a automedicação deverá ser evitada, devido aos inúmeros fatores que influenciam a eficácia e segurança da terapêutica, aumentando a vulnerabilidade nesta franja etária. Desta forma, a prescrição de terapêutica terá em conta, alterações da farmacocinética (fatores que afetam a concentração e distribuição dos fármacos), da farmacodinâmica (efeito dos fármacos nos órgãos e tecidos), existência de comorbilidades, fatores financeiros e analisada a capacidade funcional e cognitiva individual.

Destaco assim, a importância de em todas as consultas, informar o médico de família de toda a medicação. Os médicos de família, estabelecem uma posição privilegiada na proximidade com o utente bem como um maior conhecimento das patologias préexistentes. Possibilitando assim, uma revisão periódica da medicação instituída, com ponderação para a continuidade ou suspensão de fármacos, considerando ou ajustando medicação alternativa mais segura, o que proporciona o máximo benefício, com menores riscos e custo. Por outro lado, incentiva-se a comunicação de novos sintomas aquando a instituição de um novo fármaco, bem como o esclarecimento de todas as dúvidas com o médico de família, para que, deste modo, possa ser conseguida uma otimização da terapêutica, evitando a automedicação, efeitos adversos ou interações medicamentosas.

Daniela Rocha Médica Interna em Medicina Geral e Familiai

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