16/09/2023, 0:00 h
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EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
COMENTÁRIO EDUCAÇÃO
Compete às Câmaras municipais promover e implementar medidas de apoio à família que garantam uma escola a tempo inteiro.
Essas medidas integram as atividades de animação e apoio à família e a componente de apoio à família, que são vulgarmente conhecidas por acolhimento e prolongamento, ou seja, que asseguram o acompanhamento das crianças antes e após o horário letivo (desenvolvido pelos professores e escolas). Também integra o acompanhamento das crianças nas interrupções letivas.
Compete ainda às autarquias promover as atividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo.
ACOLHIMENTO E PROLONGAMENTO
Sabemos que muitas famílias precisam destes serviços devido aos seus horários de trabalho. São muitas as crianças que entram nas escolas às 7h30 e saem de lá novamente após as 19h. As Câmaras Municipais estabelecem protocolos com as diferentes instituições de cariz social que asseguram esses serviços.
No nosso concelho temos instituições que há muitos anos prestam esses serviços à comunidade e, na minha opinião, com bastante qualidade. Também há associações de pais que assumem esse papel.
Do meu ponto de vista, estes serviços têm prestadores de qualidade e com vasta experiência, nomeadamente no nosso concelho.
O problema da escola a tempo inteiro
O grande problema que começa a surgir é precisamente a garantia de funcionamento das atividades de enriquecimento curricular (AEC).
As AEC têm um caráter facultativo e de natureza eminentemente lúdica, formativa e cultural e devem incidir, nomeadamente, nos domínios desportivo, artístico, científico e tecnológico, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e de voluntariado e da dimensão europeia da educação.
As escolas deliberam sobre o funcionamento das AEC.
No Agrupamento de Escolas de Frazão a opção tem sido Inglês no 1º e 2º ano e Música no 3º e 4º ano. Todos os anos têm, também, Dramática e Atividade Física.
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Contudo, começa-se a perceber que a curto prazo não será fácil selecionar professores para desenvolver as AEC. Ao longo do ano, os professores que desenvolvem estas atividades, vão sendo colocados em turmas a prestar a componente letiva e vão abandonando as AEC. Isso implica que as turmas vão mudando de professores ao longo do ano e, muitas vezes, nem tenham aulas da atividade que estava prevista.
Se vão faltando professores na componente letiva por esse país fora, será ainda mais evidente que faltarão nas AEC, uma vez que os vencimentos são bem mais baixos.
QUAL SERÁ A SOLUÇÃO?
Já abordei a questão algumas vezes. Os miúdos passam demasiado tempo nas escolas, mas, tendo em conta os horários de trabalho dos pais, as famílias precisam desses serviços da escola a tempo inteiro.
Contudo, sem professores das AEC, será impossível manter a escola a tempo inteiro.
As Câmaras Municipais terão uma difícil tarefa pela frente. Uma das soluções poderá passar pelo recurso às várias instituições locais, desportivas e artísticas, que assegurem essas atividades.
Já falei num projeto piloto que é desenvolvido em Pedome-Famalicão, em que as atividades letivas decorrem no período da manhã, e à tarde os alunos que não têm onde ficar, ficam na escola a praticar atividades diversas, desenvolvidas pelos clubes ou associações locais.
Este é um projeto que me agrada. Se os alunos conseguissem praticar à tarde as atividades que fazem à noite (futebol, basquetebol, voleibol…), seria devolvida alguma tranquilidade às famílias e devolver-lhe-iam tempo de qualidade e de partilha.
Sei que esta ideia é um pouco utópica, mas agrada-me bastante…
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