04/02/2021, 1:05 h
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Segunda-feira, dia 8 de fevereiro, regressamos ao Ensino à Distância, após umas férias letivas imprevistas.
Há cerca de duas semanas, sob forte pressão da opinião pública e dos especialistas da área da saúde, o governo decidiu suspender a atividade letiva.
Na minha opinião, a decisão tomada foi a “menos má possível”. Já era previsível que 15 dias não chegariam para que a pandemia amainasse. Estes dias, de férias para os alunos, permitiram às escolas organizar com calma o Ensino à Distância. Desde o levantamento das necessidades de recursos dos alunos, à planificação da atividade letiva, passando pela reorganização dos materiais de apoio, tudo será diferente do ensino presencial e docentes e direções tiveram algum tempo para organizar as novas dinâmicas.
Se no ano passado, em Março, fomos empurrados para casa de forma repentina, e todos (alunos, pais e professores) entraram numa viagem nova e quase desconhecida, isso não acontecerá agora. Mas será que estamos preparados para tal? Será que os alunos, quase um ano depois, terão recursos tecnológicos? Será que terão competências digitais para trabalhar nas plataformas, nomeadamente as da escola? Será que os docentes também não sentirão as mesmas dificuldades com a tecnologia que sentiram no ano anterior?
São estas dúvidas que, por acaso, tenho. Espero que tenhamos, de facto, evoluído. Para já uma situação é certa: os computadores que o governo prometeu só chegaram a muito poucos. Isso quer dizer que famílias ou direções terão que tentar colmatar as necessidades de recursos.
Outra certeza eu tenho: não se implementa um ensino à distância mandando os miúdos fazerem páginas e páginas de fichas. Isso é um tédio!
Espero que as escolas consigam implementar estratégias de ensino que conduzam a uma aprendizagem prazerosa dos alunos. Desejo também que consigam promover dinâmicas e situações que atenuem o distanciamento físico, que promovam os contactos “sociais” dentro do que a rede virtual permite.
Cada um tem a sua opinião, embora algumas sejam muito voláteis e virem à medida do “umbigo” de cada um. No entanto a minha opinião tem-se mantido: é cruel para os nossos pequenitos estarem privados dos espaços físicos da escola, dos contactos sociais com os colegas, dos espaços de aprendizagem concretos. Crianças até aos 12 anos necessitam de ambientes estáveis e promotores quer da aprendizagem académica, quer da social. Por isso, desejo intensamente que regressemos o mais rápido possível.
Rosário Rocha, professora do AE Frazão
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