18/05/2021, 1:07 h
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Este mês venho falar da relação entre a respiração e o estado emocional.
O nosso corpo é o nosso meio para aqui estar. É através dele que passamos à ação, que passamos dos planos à implementação.
Por vezes, vivemos muito tempo fora do corpo. Pode parecer estranho tal mas, imensas vezes não temos consciência dele. Não nos apercebemos da forma como está tenso e não conhecemos o seu modo relaxado. Não nos apercebemos do tempo que passamos em posturas estáticas nem nos apercebemos se os movimentos são muito robotizados ou se são fluidos. Não nos apercebemos como ele reage ao que comemos. Não nos apercebemos como ele reage ao que sentimos.
Quando passamos muito tempo fora do corpo ele começa a dar sinais para nos chamar a atenção, para nos lembrar que temos que cuidar dele para que ele seja sempre capaz de estar à altura do que lhe pedimos para fazer.
Pode começar com alterações do estado emocional como ansiedade, ataques de pânico, fobias, como se pode estender a outros distúrbios e doenças mais complexas.
A ansiedade está relacionada com sentimentos de tensão, preocupação e insegurança. Todos estes sentimentos são somatizados no nosso corpo.
O nosso corpo entra em tensão quando a respiração é má. E a respiração pode ser má por vários factores. Podemos ter alterações estruturais como alterações no nariz. Podemos ter alterações nas nossas vísceras, estômago e fígado, que limitam a mobilidade do músculo diafragma responsável pela respiração. Podemos ter alterações bioquímicas decorrentes da poluição e da adição do tabaco. Ou seja, vários factores vão influenciar a respiração e torná-la pobre. Uma respiração pobre é uma respiração em que músculos acessórios são recrutados para que haja um bom volume de ar a entrar no pulmão. Uma respiração pobre é uma respiração em que o oxigénio que entra em cada inspiração não é suficiente levando-nos a hiperventilar. A hiperventilação, ou seja, o aumento dos ciclos respiratórios na iminência de captar mais oxigénio gera uma sensação de que tudo está a acontecer muito rápido à nossa volta e nós não conseguimos controlar. Tal, é a ansiedade. A sensação de que não conseguimos controlar nada do que está a acontecer à nossa volta e não o conseguimos aceitar.
O auto-controlo sobre o nosso corpo é a melhor forma de controlarmos esses sentimentos que geram ansiedade. Quanto mais e melhor conhecermos o nosso corpo, mais maturidade desenvolvemos perante situações inesperadas que nos surgem.
Trabalhamos o “regresso” ou acesso ao corpo através da respiração consciente, através de práticas do corpo no tapete em atenção plena.
Marta Gomes
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