01/12/2020, 0:23 h
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Não raras vezes assistimos a excelentes resultados de clubes que são elogiados por terem poucos recursos. Normalmente essa análise incide sempre sobre os recursos financeiros.
Os clubes e associações, nomeadamente de futebol, noutros tempos, recebiam grandes apoios para o fomento do desporto, o desporto de formação e até para o futebol sénior. Entrados em crise e perante novas políticas, os apoios visam normalmente as inscrições e seguros de atletas.
Os clubes amadores passam enormes dificuldades. O problema da pandemia, que mantém os adeptos fora dos jogos que continuam a decorrer, que evitam maiores receitas de patrocínios, sufocam as receitas dos clubes, que estão privados, igualmente, de sorteios e receitas de bares nos dias de jogo. As despesas, essas continuam a acontecer, fruto da realização das competições e dos treinos.
No entanto, para mim é fundamental que os clubes consigam aliar a competência das pessoas que possuem a novas realidades. Importa que os governantes e clubes olhem para o desporto de outra forma.
O investimento nos recursos humanos é fundamental. Os clubes, mesmo sendo amadores, têm de seguir o caminho de fortalecimento das suas estruturas. É importante que haja apoios e visão para que clubes como Sanfins, Eiriz, Freamunde, Lamoso, 1º Maio Figueiró, olhem para os enormes profissionais das suas terras e que os vejam como fator de desenvolvimento do clube. Além da inegável dedicação e empenho das direções, por carolice, está na altura destes clubes poderem dar um passo em frente, tendo um diretor geral, um diretor desportivo, um diretor clínico, um psicólogo, um nutricionista, um preparador físico a tempo inteiro. Definir prioridades, cada um no seu tempo, mas investir. As organizações só crescem com a aposta em recursos humanos qualificados e competentes.
Os apoios para o desporto, venham eles de onde vierem, da administração local ou central, têm de ter outros fins, premiando, tal como a FPF, através da certificação dos clubes, quem mais se organiza e investe nas estruturas (humanas e físicas).
É por isto que, na minha, opinião, o que faz faltar a todos os clubes, nomeadamente aos nossos, aos amadores, é as direções apostarem em recursos humanos de qualidade. Preferencialmente da terra.
Juvenal Brandão
Treinador de Futebol UEFA Pro (Grau IV)
Licenciado em Gestão de Desporto
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