22/04/2021, 19:17 h
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Antes de mais, convém explicar o que “tecnicamente” é um surto. Ora, relativamente ao COVID-19, é considerado um surto quando são diagnosticados 2 ou mais casos. Foi o que aconteceu na EB de Arreigada.
Este surto teve início na semana passada quando na terça-feira, dia 6/4, uma assistente operacional realizou um teste cujo resultado chegou na quarta- feira positivo. Nesse dia todas as assistentes operacionais da escola foram mandadas para isolamento profilático, com testagem obrigatória, a qual veio a confirmar mais dois casos positivos.
A escola ficou em vias de ser encerrada por falta de Assistentes Operacionais. E é aqui que eu quero colocar a tónica da questão: a pandemia não destrói tudo. Mais do que o número de casos positivos, eu quero falar do SURTO de solidariedade que surgiu; quero falar no SURTO de camaradagem, de colaboração, de resiliência da maioria, ou quase totalidade, da comunidade.
De um rácio de 6 assistentes operacionais, a escola passou a funcionar com 3 que foram cedidas pelas outras escolas. A Junta de Frazão/Arreigada colocou duas voluntárias no acolhimento às crianças; o Centro Social de Arreigada e os seus colaboradores contribuíram para colmatar com as lacunas existentes, quer no acompanhamento das crianças, quer na higienização e limpeza dos espaços. Houve colaboradores que, nas suas horas livres, trataram da limpeza dos espaços para que a escola continuasse a funcionar bem, como é seu apanágio. Houve, ainda, assistentes técnicas (da secretaria) que se voluntariaram para fazer o acompanhamento dos discentes.
Também os alunos contribuíram de forma exemplar, deixando as salas de aula quase como se não tivessem sido usadas, tal era a limpeza.
Os docentes e as assistentes operacionais existentes colaboraram entre si também, para que tudo corresse não da melhor forma, mas como deve correr: bem!
É esse SURTO que eu quero realçar: o SER COMUNIDADE, o sentir a Escola como sua, como nossa!
Que orgulho fazer parte desta comunidade que dá as mãos e se apoia, colabora e resiste à queda.
Quanto ao surto do COVID-19, na sexta-feira foi dada a orientação para que todos os grupos do Jardim de Infância ficassem em casa, pois eram apoiados por funcionárias que testaram positivo. Foi, ainda, dada a orientação de que toda a comunidade escolar fosse testada no sábado e domingo: crianças, docentes, assistentes, voluntários, colaboradores do Centro Social, motoristas que faziam o transporte das crianças. No final dessa testagem em massa, (perto de 2 centenas), fica o resultado final: 1 aluno do 1º ciclo, 1 docente e 4 assistentes operacionais positivos. Por uma questão preventiva, ficaram 3 turmas do 1º ciclo em isolamento também
Feito o estudo epidemiológico, apenas o contágio de uma assistente operacional poderá ter ocorrido após o dia 5/4, ou seja, após o regresso às aulas. Quer isto dizer que os outros contágios terão ocorrido na semana da interrupção letiva, em que apenas as assistentes operacionais estavam na escola, ou seja, apenas os seus contágios poderiam ser internos. Eventualmente, a testagem em massa permitiu encontrar focos externos que provavelmente não seriam encontrados.
Em suma, e porque tenho direito à minha opinião, e aqui posso dá-la, continuo com a convicção de que a escola é um dos locais mais seguros e que as normas de segurança e higienização que mantemos são eficazes, tanto que nenhum aluno ou docente foi contagiado, até ao momento, na escola. Continuo com a convicção que os contágios são bem mais externos do que internos. Por esse facto, nunca terei receio de ir para o meu local de trabalho, até porque, tal como já o referi constantemente, a minha profissão não é 100% bem sucedida com o teletrabalho.
Quase a terminar, quero também deixar uma palavra de apreço aos nossos pais: foi e continua a ser visível a confiança que têm em nós enquanto instituição e em todos os que connosco colaboram. Isso é muito bom! Mesmo quando se cria alarido público, com pessoas externas a alarmar e a criar suspeitas de um surto gigantesco, sentimos que, embora com algum receio, como é normal, os pais continuaram a confiar na segurança que todos os dias procuramos para os seus filhos!
Feito o ponto de situação do COVID-19, finalizo realçando não esse surto, mas o surto que o mesmo fez gerar na nossa Escola: o da SOLIDARIEDADE, COLABORAÇÃO, COMUNIDADE. Esse sim, foi o importante. Quanto ao outro, também me fez ver que há vírus bem pior que o COVID…e que “no melhor pano cai a nódoa”… Por isso, nada de “cuspir para o ar”, o que interessa é que todos vão ficar bem!
Rosário Rocha, professora do AE Frazão
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