27/11/2020, 16:13 h
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Não, não é mais um texto sobre a COVID19.
Não quero ser um pseudo-virologista ou comentar algo fora da minha área. Isso deixo para os especialistas. O que me leva a esta reflexão é mesmo a democracia (ou a falta dela).
Estar na posição de decisores políticos é deveras complicado. É preciso sangue frio e ponderação.
Reconhecemos que é tudo menos simples.
O que não podemos reconhecer é a falta de humildade e a desculpa da pandemia para atropelos a democracia.
Vejamos, sem querer fazer nenhuma crítica destrutiva, apenas questionar a eficácia de algumas medidas (algo que é um direito democrático legítimo), um confinamento de fim de semana pela tarde será algo eficaz?
Na minha perspetiva não pois o fluxo de pessoas em lazer ou na busca de bens irá ser muito mais elevado na parte permitida, na circunstância, a parte da manhã.
Esta é uma das muitas medidas não-eficazes que deviam ter sido repensadas há muito, porém, populisticamente, preferiu-se colocar a máscara (não da covid) mas a de que tudo estava bem, quando, na verdade, era imperativa a busca de mecanismos para conter este problema.
Por outro lugar, é necessário entender-se que a democracia não fica, nem pode ficar, suspensa, apesar da conjuntura.
Se em Março/Abril era moralmente mais benéfica a adoção de uma postura mais colaboracionista com quem toma decisões, atualmente, e com a informação que atualmente abunda, o escrutínio não pode parar, nem deve!
Por cá, a nossa JSD lançou uma campanha de escrutínio sob as más decisões e apresentou os graves factos (repito, factos) que têm assolado a nossa terra.
As respostas, não aos factos nem ao tema, mas sim à iniciativa, não tardaram e isso é algo que faz com que todos percamos.
Muitas das decisões que o executivo ora aplica, foram ideias do PSD, que aquando da respetiva votação, viu serem chumbadas e ridicularizadas, pasme-se, por quem agora as aplica.
Ao nível nacional, assistimos todos os dias às falhas do Estado.
A crise é transversal e todos necessitamos de ajuda, porém, o Estado tem que estar presente para os cidadãos, pois estes estão sempre presentes quando o Estado assim o exige.
Já parou para pensar no facto de que o Estado está a devolver 20% da faturação, por exemplo na restauração, mas, se falharmos em 1€ nas despesas mensais, somos multados e, muitas vezes, penhorados?
Todos os setores estão a passar muito mal. A cultura, a restauração, o turismo, a instrução, entre muitos outros, mas temos que ter um Estado que atue, quando deve atuar, pois dinheiro público não existe.
«Dinheiro Público» é só mais uma construção socialista falaciosa para realmente dizer o que deve ser dito, que o dinheiro é dos contribuintes e que o Estado deve funcionar quando deve funcionar nas alturas mais cruciais, e não só quando é para taxar.
Em suma, não deixemos passar despercebidos todos estes atropelos e entendamos que, apesar de pensarem que sim, seja aqui, seja no resto do mundo, os socialistas não decidem nem determinam quando começa e quando acaba a democracia.
Miguel Moreira, membro da Juventude Social Democrata
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