Por
Gazeta Paços de Ferreira

16/01/2021, 14:47 h

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Brincar com coisas sérias

O futebol de formação, as camadas jovens, estão privadas de competir, por causa da pandemia, desde Março do ano passado. Com os campeonatos e treinos interrompidos precoce mas justificadamente, têm continuado em suspenso nesta nova época desportiva.

A expectativa tem sido, semana a semana, mês a mês, de verem retomadas as competições numa altura em que alguns clubes e escalões continuam a treinar, mas uma quantidade significativa estava (ou esteve) parada.

O Governo, a DGS e o IPDJ não têm sido capazes de encontrar alternativas de colocar milhares de jovens de muitas modalidades em competição, nomeadamente os do futebol. Percebe-se o momento, a gravidade da situação, mas quem lá anda, questiona-se com um sem número de argumentos: tudo desenrola normalmente, inclusive as aulas presenciais em todo o país; os treinos são possíveis; porque não iniciar os jogos?

A UEFA já tinha cancelado em Outubro o Europeu de Sub-19 e recentemente foi a FIFA a cancelar os Mundiais de Sub-19 e Sub-17.

Por cá, a FPF não iniciou ainda os campeonatos Nacionais, nem se sabe se iniciam e se os moldes competitivos vão ser ajustados, a Associação de Futebol do Porto teve a ideia de iniciar novas competições. Já que em idades seniores é possível competir, foram, agora em Dezembro criados campeonatos Sub-21 para permitir que os jovens com idades juniores (sub-19 nascidos em 2002 e sub-18 nascidos em 2003) e juvenis (sub-17 nascidos em 2004 e sub-16 nascidos em 2005) pudessem finalmente começar a jogar.

Ou seja, os jovens vão poder começar a jogar, nem que para isso se tivesse de criar novas competições e categorizá-las de “seniores”.

Aqui, como em tudo, lá foi preciso dar um novo enquadramento “à coisa” para que ela pudesse andar. Será que só assim se resolvem os problemas? São perspetivas.

Mas fará sentido?

Volto a não ter uma opinião muito concreta neste regresso das competições jovens, porque não sou especialista em saúde para poder avaliar os riscos que se correm, numa altura em que o país ainda se encontra em estado de emergência e que dizem estar a iniciar a 3ª vaga de contágios no país, com o aumento do número de infetados e de mortes por covid-19.

Entendo as graves perdas que os desportistas estão a ter com esta paragem (e devem-se estudar sérias alternativas, para o futuro imediato) mas é preciso que não haja mais perdas – essas sim, irreversíveis.

Há que ter muito cuidado. Com tudo. E com todos.

Juvenal Brandão

Treinador de Futebol UEFA Pro (Grau IV)

Licenciado em Gestão de Desporto

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