14/04/2021, 23:40 h
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Ser um dos concelhos mais jovens do país é uma bênção e um excelente, e promissor indicador para o futuro do concelho. No entanto, acarreta também uma especial responsabilidade no que se refere à criação de uma política concelhia, de e, para a juventude.
Um dos aspetos mais importantes é, desde logo, conhecermos os nossos jovens, pois a juventude não é uma entidade abstrata, homogénea e imutável.
Como o fazer?
Começando por inquirir os nossos jovens periodicamente, com intervalos temporais definidos e avaliando todo um conjunto de dimensões das suas vidas, como sejam a saúde, consumos de substâncias licitas e ilícitas, escola, trabalho, habitação, condições de vida, qualidade de vida, vulnerabilidades sociais, principais laços sociais, participação em atividades desportivas e culturais, padrões de consumo e aspirações, entre outras.
Chega de falarmos e pensarmos pela juventude. Há que a pôr a falar na primeira pessoa.
Depois, independentemente dos resultados desta análise, há algumas dimensões que são fundamentais e sobre as quais se torna crucial intervir.
As respostas de habitação para os mais jovens serão uma delas. Sem oferta de habitação acessível não há fixação de jovens, pois estes tendem a adiar a constituição de família, a migrarem ou a procurarem locais mais periféricos e mais baratos.
Basta pensar o papel que a habitação social e de custos controlados teve no passado deste concelho.
Fixou população vinda de fora, fez crescer o comércio e a indústria e até a oferta de serviços públicos.
Para além desta dimensão, outras se revelam importantes, como seja a educação para além do ensino formal. A educação de quem tem menos trunfos para ter sucesso escolar.
Assim, seria pertinente a criação de um projeto concelhio de apoio educativo a jovens a partir de IPSS`s situadas em contextos mais desqualificados e vulneráveis do concelho.
De resto, é possível replicar projetos a acontecerem atualmente noutras zonas do país e com bons resultados. Projetos inovadores, que vão muito para além do apoio ao estudo.
Outro aspeto sobre a qual será importante intervir, é o do desporto.
O desporto é um imperativo do desenvolvimento humano e da promoção da saúde, juntos dos jovens. Havendo uma oferta já muito interessante concelhia, interessa alargar e diversificar ainda mais essa oferta, através de projetos realizados em parceria com as associações desportivas existentes e apoiar jovens e os clubes, que queiram praticar desporto, mas que não tenham possibilidades para o fazer.
Exatamente o mesmo, se pode e deve operar relativamente à cultura, mobilizando-se os jovens para o consumo desta e fazendo-os internalizar hábitos culturais e a participação nestes, mais uma vez, numa lógica de partenariado com as associações do concelho, onde o teatro e a música podem assumir um papel de charneira, com a ocorrência de
festivais icônicos, mas também onde os espectáculos contínuos e rotineiros de declamação de poesia - até em contexto recreativo como sejam os bares e cafés de frequência habitual desses mesmos jovens - e as amostras de arte representem uma possibilidade de baixo custo.
Por fim, e, porque não é possível nestas linhas fazer uma abordagem mais completa, quero aqui destacar a importância do lazer, num período desenvolvimental como é a adolescência e a juventude, em que esta dimensão é central.
Assim, este poderá ser em grande medida, pensado a partir dos parques urbanos edificados ,que devem ser potenciados, ao longo dos próximos anos e dentro dos recursos disponíveis, entregando as freguesias aos jovens, preenchendo e alegrando o espaço público, mitigando a possibilidade de serem ocupados por atividades ocultas e onde, pelo contrário, as atividades tradicionais possam ter espaço de destaque, como sejam a corrida ou o futebol, mas sem se esquecer atividades mais alternativas, como a prática do skate, de patins em linha e BMX. Assim, e de muitas outras formas, se constrói uma politica pública para a juventude quel implica tempo e recursos.
Marcos Taipa Ribeiro
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