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Gazeta Paços de Ferreira

23/01/2021, 0:31 h

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Armanda Fernandez, Presidente da CP do PS HUMBERTO BRITO SERÁ O CANDIDATO SOCIALISTA À CÂMARA

Atualidade


Armanda Fernandez, a primeira mulher a ocupar no concelho a presidência de uma junta de freguesia e de uma comissão política de um partido, revela como se se sentiu atraída para a politica, congratula-se com a vontade e a disponibilidade das mulheres para ocuparem cargos políticos, analisa as relações entre a Comissão Politica e o Executivo Municipal e anuncia que a Comissão Politica aprovou a candidatura de Humberto Brito, por grande maioria como cabeça de lista do PS às eleições para a Câmara Municipal. 


1 – Foi a primeira mulher presidente de uma junta de Freguesia em Paços de Ferreira. O que representou ou representa para si este “título” ?

Não se trata de um título, trata-se de uma conquista de uma mulher que representa, para além do PS, outras mulheres. Pois, como todos sabemos para uma mulher chegar onde um homem chega, tem, ainda hoje, que “correr” muito mais e desdobrar-se em vários papéis.

Mas claro, com humildade e sem vaidades bacocas , é verdade que me sinto orgulhosa.

Sinto que abri caminho a outras mulheres com ambições políticas, que no seu íntimo, estavam lá no fundo guardadas.

O meu trabalho foi árduo e continuado. Comecei por me candidatar à Junta de Freguesia de Freamunde uma primeira vez e perdi por uma dezena de votos contra uma candidatura fortíssima do PSD. Nas eleições seguintes ganhei as eleições contra outro candidato muito forte do PSD.

Embora alguns queiram fazer esquecer, sinto-me a imagem e símbolo, e uma das obreiras principais da primeira vitória do PS em Freamunde e da grande derrota do PSD de Freamunde, que, como todos sabem era o centro de grande influência do PSD no concelho. Mas, sinto-me, também, que com a minha equipa da altura os quais, muitos deles, continuaram e continuam ligados á Junta de Freguesia de Freamunde, fomos um dos motores e impulsionadores das grandes vitórias que se seguiram posteriormente.

E claro, senti-me triste, quando na homenagem aos presidentes de junta de freguesia, realizada no salão nobre do concelho, o meu partido perdeu a oportunidade de ter assinalado isto mesmo e não me tenha referido como exemplo, por eu ter sido a primeira mulher Presidente de Junta no concelho.

Não a Armanda Fernandez, mas a primeira Presidente de Junta mulher que, por acaso ou não, também era e é uma militante socialista. Mas, há razões que a razão desconhece, ou não … Mas já lá vai…


2 - Também é a primeira mulher a presidir a uma comissão política concelhia. Este facto representa um maior empenho das mulheres na política ou é uma característica pessoal?

Obviamente que se trata de uma característica pessoal. Repare, nós somos o produto de um processo de socialização e de um conjunto de influências. Mesmo as minhas opções académicas e profissionais não são fruto do acaso. Continuo a ter um papel enquanto profissional, enquanto mãe, enquanto mulher e enquanto membro ativo da sociedade do concelho que integra associações, que gere uma associação e que faz voluntariado. Não me demito desses papéis e, apesar de o fazer com grande sacrifício pessoal e familiar sinto-me feliz assim.

Por mim falo. Em 1989 já fazia parte da assembleia de freguesia de Freamunde e por razões pessoais e familiares (meus filhos) ausentei-me da vida política, regressando em 2009 para encabeçar uma lista do PS para Freamunde. Mais uma vez, lá está esta duplicidade de papéis que faz com que as mulheres continuem, frequentemente, na sombra.

Mas algumas coisas mudaram, e as mulheres hoje têm um papel importante na política.

Temos variadíssimos exemplos de mulheres que ocupam cargos de topo na política nacional, europeia e mundial. A preparação, formação, vontade e disponibilidade das mulheres para ocuparem cargos políticos, nada tem a ver com o passado. Ainda bem. Em Portugal a lei da paridade em muito contribuiu e incentivou as mulheres a ocuparem o seu legítimo lugar e aqui o PS teve e continua a ter um papel fundamental que me orgulha como mulher e política.


3 - Já agora, como se veria, num futuro próximo, como a primeira presidente da Assembleia Municipal?

Ser presidente de um órgão deliberativo, representativo da vontade e na defesa dos cidadãos do concelho, é algo que deveria orgulhar qualquer político, seja homem ou mulher.

Vestir o papel de primeira mulher presidente da assembleia Municipal será igual a ter vestido o papel de primeira mulher presidente de junta, ou primeira mulher presidente de uma concelhia, contudo gostaria que ficasse bem claro, que nunca objectivei ocupar qualquer cargo político, mas não o descartarei, nem negarei o futuro. Estarei sempre ao serviço do meu partido PS e da população deste concelho.

Por outro lado, sabe, tenho uma vida profissional repleta e felizmente não dependo da política para nada. Comecei a trabalhar muito nova e trabalho muito e com prazer.

4 - Donde lhe veio esta vocação para a política? Em que circunstâncias se sentiu atraída para a política?

Por formação pessoal e profissional.

Desde muito jovem o convívio com os meus tios e meu avô paternos, as grandes discussões políticas à mesa, despertaram em mim curiosidade e levaram-me à leitura de alguns emblemas políticos. O resto veio naturalmente.

Fui assimilando e angariando consciência ideológica onde a democracia participativa e a participação cívica sem deixar os setores mais frágeis da sociedade de lado, são pilares fundamentais na minha pessoa e como tal, considero, que nenhum partido representa melhores estes valores em Portugal que o PS.

5 – A gestão política da comissão política concelhia tem sido difícil ? Que representam as várias tendências nela existentes?

Não existiria democracia se não existisse pluralidade, diversidade de ideias e tendências.

A gestão não tem sido fácil, mas nada além do que eu já esperaria quando me candidatei a presidente da concelhia.

Tudo se tornaria mais fácil se todos respeitassem, cumprissem o seu papel em prol do bem comum, do concelho e dos cidadãos. Temos que ser capazes de ver para além do nosso “eu”. Quando assim é tudo é mais fácil.

Em qualquer organização política, existem os acomodados, os incomodados e os ameaçados, como tal temos que saber ouvir, respeitar as sensibilidades de cada um e saber viver com todos.

O caminho faz-se caminhado e temos vindo a dar passos importantes.

6 – A Comissão Política orienta politicamente a actuação dos vereadores socialistas?
De que modo? Ou eles agem conforme os ditames do presidente do Executivo?

Em 2017 o Dr. Humberto Brito levou a sufrágio um programa conciliado e aprovado pelo Partido Socialista, donde resultou uma esmagadora vitória.

Esta comissão politica, para além de atenta, segue o bom exemplo do cumprimento deste programa por parte deste executivo de maioria socialista.

As orientações políticas estão intrinsecamente esplanadas no programa sufragado.

Os vereadores são socialistas e conhecedores absolutos do programa eleitoral e da essência do partido socialista.

A actuação do presidente para com os vereadores é da total responsabilidade do Presidente da Câmara e, sobre isso, só ele se poderá pronunciar.


7 - A Comissão Política vai indicar Humberto Brito como o seu candidato à presidência de Câmara nas próximas eleições autárquicas?

Na reunião da comissão política do passado dia 11 de Janeiro, aprovou-se a candidatura do camarada Humberto Brito, por grande maioria, como cabeça de lista do PS às eleições para a Câmara Municipal que se realizarão em 2021; Reiterou-se a confiança e o apoio aos órgãos autárquicos e aos autarcas eleitos socialistas no concelho, bem como aprovou-se dar a continuidade às equipas que se revelaram vencedoras nas últimas eleições.

Nada mais esclarecedor e simples.


8 - Que apreciação faz a Comissão Política da atividade do executivo socialista? Num eventual próximo mandato haverá uma orientação diferente?

Como já referi, o executivo socialista tem vindo a cumprir o programa sufragado, sinal de compromisso e confiança.

Os pacenses têm sentido esta actuação municipal e continuarão certamente a confiar no Partido Socialista e no seu executivo nas próximas autárquicas 2021.

A orientação adoptada nos anteriores mandatos, 2013 e 2017 surtiram bons resultados, mas o caracter dinâmico da actividade política e a conjuntura de momento, levar-nos-á naturalmente a reflectir.

9 - Que apreciação faz à actuação da oposição social-democrata durante o presente mandato?

O partido socialista ganha as eleições em 2013 e reforça a sua vitória em 2017 com uma esmagadora maioria.

Se a este executivo maioria PS não tem sido fácil gerir o concelho face à difícil situação financeira que herdou, para a oposição ainda mais difícil se torna redimir-se das suas responsabilidades e afirmar-se objectivamente na solução dos problemas.

O relacionamento da oposição PSD com a concelhia do PS, tem sido mantido com cordialidade e respeito.

Do conhecimento que eu tenho, nada mais do que é tornado publico, sobre o entendimento da oposição PSD com o executivo, não tem sido o desejável, mas também não me parece que vá além do normal posicionamento político.

Entre a oposição PSD e o actual executivo, a meu ver, deverá existir um equilíbrio emocional no relacionamento político, de forma a resolverem os problemas do concelho, tendo sempre em consideração que o executivo é maioritariamente PS por vontade do povo.

Se eu fosse oposição, e não querendo “meter a foice em seara alheia”, evitaria focalizar e dirigir a minha acção de oposição contra a imagem do presidente de camara, legitimo eleito pelo povo, da forma por vezes exagerada como é feita.

10 - Vai ser candidata às próximas eleições?
Para a vereação? Para a Assembleia Municipal?

Neste momento sou presidente da concelhia do PS, sinto-me ao serviço do meu partido, da comunidade e estarei sempre disponível, hoje e amanhã.

O processo autárquico está a iniciar-se, devemos dirigir de imediato as nossas atenções para as freguesias e populações, o restante virá por acréscimo.

Considero demasiado prematuro assumir pessoalmente qualquer candidatura, que de momento e na conjuntura que vivemos, em nada contribuiria para todo o prioritário trabalho que temos pela frente na preparação das próximas autárquicas.

Cada coisa a seu tempo.

Nota da Redacção: Contrariamente ao que se afirma e inclui em perguntas, Armanda Fernandez não foi a primeira mulher presidente de uma Comissão Politica Concelhia, nem poderá vir a ser ser a primeira mulher Presidente da Assembleia Municipal. O nosso pedido de desculpas.

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