2025: Ano Municipal da Infância

Berçários e creches

2025 será o ano de abertura das creches públicas no concelho. Paços de Ferreira ficará com uma rede bastante alargada no que se refere aos cuidados com os bebés. Embora já não tenha filhos pequenos, vou percebendo a dificuldade que os recém papás têm em arranjar quem tome conta dos filhotes. Antigamente havia sempre uma avó, tia ou vizinha que assumia o papel de ama, mas hoje percebe-se que isso é quase inexistente. Portanto a abertura das creches é, sem dúvida, uma oportunidade para quem tem ou pretende ter filhos.

O facto da maioria das creches funcionar nas Escolas Básicas, onde funciona a Educação Pré- Escolar e o 1º Ciclo, é também uma vantagem, pois os pais, ao deixarem um filhote, podem logo deixar o outro no mesmo local.

Educação Pública

É evidente que, com as medidas que têm sido implementadas a nível concelhio, a Educação Pública tem todos os motivos para ser um sucesso. Há recursos e apoios e todos têm oportunidades de igualdade. Qualquer criança oriunda de uma família mais carenciada frequenta os estabelecimentos públicos de educação e ensino, tendo as mesmas regalias que outra criança de uma família mais abastada. Assim, logo desde tenra idade, esbatem-se assimetrias sociais. E se as há fora dos estabelecimentos de educação e de ensino, dentro todos têm as mesmas condições: acesso, refeições gratuitas, material, transportes, atividades extracurriculares…

Sem dúvida que é isso que deve acontecer em todo o país, tal como acontece noutros países da Europa.

Tudo o que é investido na Educação terá certamente resultados no futuro.

Não me canso de dizer que a Escola Pública é de Todos e para Todos e que no concelho temos uma Escola Pública de qualidade.

Preparar para a vida

A Escola Pública também tem essa missão: preparar as crianças para a vida. Além do enfoque nos resultados académicos, é bom ver que na Escola Pública cabem todos e, apesar da dificuldade muitas vezes em gerir tantas diferenças, todos se vão ajustando para conviverem com todos. É assim na Sociedade. Pobre Sociedade que não saiba lidar com as diferenças…

Preparar para a vida é também agregar esforços em Comunidade, sabendo que ali cabem todos: os que têm boas notas (e esse não pode ser o único objetivo da Educação e Ensino), os que são menos bons nalgumas áreas curriculares, mas têm potencialidades noutras que devem ser desenvolvidas, os que têm famílias mais destruturadas e que precisam que a Escola assuma quase o seu papel…

Preparar para a vida é desenvolver os valores da Solidariedade e do Voluntariado. E confesso que se começa a sentir alguma mudança nestes aspetos.

Vou salientar o Observatório Ambiental e o desenvolvimento que a estrutura tem feito no fomento do Voluntariado. É isso que é preciso: meter mãos à obra, de forma voluntária, para corrigir o passado, melhorar o presente e cuidar do futuro. 

Na minha opinião, o Voluntariado deve estender-se a outras áreas além do Ambiente, nomeadamente a várias áreas que envolvam pessoas…e, claro, estou a pensar nas mais frágeis, nomeadamente as mais idosas.

Quando conseguirmos ter uma rede de voluntários que cuidem do outro, aí sim, seremos uma Sociedade mais humana.

Educar para a parentalidade

Voltando ao ano Municipal da Infância. Com todas as oportunidades para os mais novos, educando-os bem para o futuro, poderemos ter daqui a uns anos uma Sociedade mais solidária, mais justa, melhor.

Assegurando os direitos das crianças, cabe-nos também assegurar que saibam os seus deveres. Isso, sim, é promover o seu desenvolvimento integral. Mas, e pela minha experiência no terreno, trabalhar só com crianças até não é difícil: o difícil é trabalhar com toda a rede, nomeadamente as famílias. Sinto que temos essa fragilidade: é cada vez mais urgente educar para a parentalidade responsável!

Não é fácil educar e ensinar valores às crianças, quando depois os exemplos que colhem nas famílias contrariam o que lhes é ensinado na Escola.

Não sei como, mas é urgente colmatar a falha da Educação parental e todos nós devemos procurar estratégias e soluções.

Também aos pais, tal como às crianças, não é só importante dar-lhes a cana: é fundamental ensiná-los a pescar…

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