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Gazeta Paços de Ferreira

17/03/2024, 12:41 h

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Análise pós eleitoral - I

Opinião Opinião Politica Partido Socialista

OPINIÃO POLÍTICA

Passado o dia 10 de março, deve agora ser efetuada uma reflexão sobre os resultados do escrutínio. O povo é soberano. Falou e fê-lo massivamente, com a abstenção a descer aos níveis de 1995, e o número de votantes a ser o maior de sempre. Estas são excelentes notícias para a Democracia. Infelizmente, são as únicas.

Por Hugo de Sousa Lopes (Membro da Comissão Política Concelhia do PS)

OPINIÃO POLÍTICA

 

 

Não poderia deixar de fazer referência ao principal fator desestabilizador do contexto político nacional: o Sr. Presidente da República. Com base no princípio da estabilidade democrática, dissolveu, a meio do mandato, um parlamento eleito com maioria absoluta, para agora nos depararmos com a situação de maior instabilidade governativa de que há memória desde os anos 70 do século passado.

 

 

Imbuído da sua cupidez e dependência crónica da intriga palaciana, o chefe de estado conseguiu assegurar, em 4 meses, o mesmo crescimento da extrema-direita que levou mais de 10 anos a ser conquistado no resto dos países da Europa. Tristes notícias para a celebração dos 50 anos do 25 de Abril. Agora se compreendem as palavras infelizes que anunciaram o fim de ciclo de 50 anos que o Presidente pronunciou, numa intervenção que claramente condicionou a eleição e marcou negativamente o dia de reflexão.

 

 

Estamos perante uma nova realidade, que resulta da salutar alternância democrática, característica de uma democracia liberal aberta.

 

 

Cabe, agora, ao PS fazer oposição, de forma organizada, estruturada e intensa. E não tenham dúvidas que se há força política que se encontra unida e organizada é o Partido Socialista. O projeto político de organização social que apresentamos a sufrágio é totalmente díspar das políticas propostas pela direita. Razão pela qual devemos, na próxima legislatura, trabalhar afincadamente na demonstração da qualidade e bondade das nossas políticas, para a continuação do desenvolvimento económico e fortalecimento das políticas sociais que vinham a ser desenvolvidas e que se prevê, venham a ser adiadas, senão mesmo revertidas em prejuízo das populações pelas forças políticas vencedoras.

 

 

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Mas, cabe-nos ainda uma tarefa maior. A de compreender, ouvir e organizar respostas às necessidades do eleitorado que realizou um claro voto de protesto, numa força política que jamais responderá às suas necessidades. Pois a extrema-direita não serve nem nunca serviu os interesses dos mais desfavorecidos. Antes pelo contrário, favorecem os grandes interesses que os financiam.

 

 

Desta forma, ouvir e dar resposta a este grupo de pessoas é fundamental, pois certamente que mais ninguém o irá fazer e apenas usarão o seu voto com fins eleitoralistas e sem qualquer compromisso de concretização das suas expectativas e aspirações, muitas delas de profundo cariz social. E isso só o PS assegurará como tem vindo a fazer na sua história e de forma efetiva na última década, e garantindo a defesa e sustentação da Democracia em Portugal.

 

 

 

 

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