Está a decorrer a Semana Gastronómica do Capão à Freamunde, que termina no dia da Feira de Santa Luzia, popularmente conhecida pela Feira dos Capões . São 13 restaurantes aderentes.
Este ano, atendendo à atual situação pandémica, a semana gastronómica contar com algumas alterações.
Os pedidos junto dos restaurantes aderentes deverão ser de meio capão ou capão inteiro e efetuados sempre por marcação prévia, com o mínimo de 24 horas de antecedência.
Pela primeira vez está disponível um SERVIÇO TAKE AWAY (Embrulha e leva para casa).
Este ano a feira de Freamunde, no dia 13 de dezembro, realiza-se só até ao meio dia, por causa da pandemia.
Haverá concurso de melhor capão vivo! É mais cedo: 10 horas. Neste concurso participam dezenas de criadores de capão, alguns oriundos de outros concelhos do Vale do Sousa.
A FEIRA DE S. LUZIA
A Feira de Santa Luzia, vulgarmente conhecida pela “Feira dos Capões”, realizar-se-á excecionalmente no dia 13 de dezembro (mas encerra ao meio-dia, por força da pandemia), onde vários produtores de galináceos participam no concurso de melhor capão vivo.
Esta é uma ocasião única para serem apreciados diversos exemplares de rara beleza, alguns exibindo um soberbo porte físico.
O concurso visa, fundamentalmente, incentivar os criadores de capão a manterem viva esta tradição de Freamunde.
A Feira dos Capões foi oficialmente instituída a 3 de outubro de 1719 por provisão d'El-Rei D. João V.
Os estudiosos indicam-na como costume medieval, pelos relatos de notícias em documentos do Séc. XV.
O melhor da feira, e o que lhe concedeu a fama e popularidade dos dias de hoje, é o imenso mercado de aves que atrai milhares de visitantes à Cidade de Freamunde vindos de todo o Portugal e até de Espanha, sobretudo da Galiza.
Avenida Primeiro de Dezembro, 137 4590-505 Paços de Ferreira Tel: +351 255 962 548 Tlm: 912116414 www.pacosferrarahotel.com GPS: 41.277294, -8.374619
A certificação do Capão à Freamunde, com a denominação de Indicação Geográfica Protegida (IGP), atribuída pela Comissão Europeia, tem levado a Câmara de Paços de Ferreira a apostar na promoção desta especialidade em diversas capitais europeias, de modo a que o capão à Freamunde ombreie lado a lado com outras especialidades da gastronomia europeia e mundial.
No nosso país, durante a noite de consoada, o capão à moda de Freamunde, assado no forno, acompanhado com batatas assadas e grelos, já substitui, desde há vários anos, o peru, outra ave muito apreciada durante as festas natalícias dos portugueses.
A LENDA DO CAPÃO
O ato de capar remonta ao tempo dos Romanos.
Conta a lenda que o Cônsul Romano Caio Cânio, cansado da perda do sono por causa do cantar dos galos, fez aprovar uma lei impeditiva da existência destas aves na cidade de Roma.
Sem contrariar a lei, houve quem se lembrasse de uma forma de continuar a usufruir da carne dos galos, sem que estes cantassem: capando-os.
Surgiu, assim, o capão, que ultrapassa em beleza, tamanho e sabor, o galo macho.
Com a romanização de todo o território do Noroeste Peninsular, a tradição de criação do capão foi passando de geração em geração.
O animal castrado apresenta peito largo, com grande abundância de massa muscular, patas e pele de cor amarelada e coxas muito desenvolvidas e musculadas.
RESTAURANTE DA PRESA - FREAMUNDE
O CAPÃO DE FREAMUNDE: UMA AVE ESPECIAL!
A sua carne é mais tenra e macia e, quando assado, adquire um requintado e inigualável sabor.
O capão sempre foi apontado como iguaria, habitual nos repastos e banquetes reais.
Inúmeros historiadores e cronistas mencionaram-no nas suas obras como sendo um prato de excelência servido aos Reis.
Foram três os fatores que contribuíram para este posicionamento tão elevado do capão:
primeiro, as inegáveis qualidades gastronómicas da carne da ave;
segundo, o facto de o capão ser o “ex-libris” de Freamunde;
por último, a vontade de receber bem e sempre de braços abertos,aqueles que visitam o concelho de Paços de Ferreira.
CAPÃO À FREAMUNDE – A RECEITA
Depois de embriagado com vinho do Porto, mata-se o Capão, abre-se e lava-se.
Deixa-se em água fria com rodelas de limão, cerca de uma hora.
De seguida põe-se a escorrer e coloca-se em vinha-d’alhos durante 24 horas.
No dia de o cozinhar, põe-se a estalar, numa caçarola, o azeite,gordura de porco e cebola às rodelas.
Deita-se uma boa colher de sopa de manteiga, meio 2,5 dl de vinho branco e vinho do porto e tempera-se com sal q.b.
Escorre-se o Capão, esfrega-se todo com este novo molho.
Antes de meter no forno recheia - se com o seguinte picado refogado: azeite, cebola, alho, miúdos do capão, presunto, salpicão, chouriço de carne, carne de vaca, vinho branco, piripiri, louro, salsa, etc.
Depois de guisado é passado e bem misturado com “farófia” no resto do molho.
Enche-se a barriga do capão e cose-se.
Coloca-se na pingadeira de barro, e leva-se ao forno a assar lentamente (cerca de 3h), coberto com papel de alumínio para não queimar demais.
Deve picar-se com um garfo de vez em quando, ao mesmo tempo que se rega com o molho da assadeira e vinho do porto.
A operação de picar com o garfo deve ser cuidadosa para não ferir a pele que deve ficar estaladiça e loura.