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Gazeta Paços de Ferreira

07/01/2022, 0:00 h

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VATICÍNIOS

Opinião

E, melhor que tudo o resto, prevejo que os meus amigos terão um feliz e próspero ano.

Às vezes pressentimos algo e estamos certos que esse algo acontecerá independentemente de vontades alheias, como se o futuro – o nosso e o de outrem – dependesse daquele arrepio que nos percorre a espinha. Chamamos-lhe sensibilidade, augúrio, adivinhação, feitiçaria, dependendo do nosso posicionamento nessas matérias.

2022 está a começar e a nossa vontade de alterar o que nos retarda a realização dos sonhos impele-nos ao desejo de interferir no curso do destino. Na passagem do ano, à meia noite – nem um minuto a mais nem a menos – devoramos doze uvas passas concentrados num secreto desejo que queremos que se cumpra nos doze meses seguintes. Nesse instante, com um pé no passado e outro no futuro, envolve-nos uma nebulosidade mágica que nos faz acreditar, tal como as crianças acreditam no Pai-Natal e os adultos não duvidam da existência dos Unicórnios. Não tem lógica, a razão não sustenta a atitude, porém, mesmo sabendo-o, lá nos vamos deixando embalar pelo costume, pela justificação de que mais vale não arriscar, contrariando o hábito, sendo preferível repetir comportamentos, porque daí não virá mal ao mundo.

É janeiro, cremos que as desilusões do ano morto ficaram definitivamente sepultadas, e renascem-nos esperanças, fervilhamos em sonhos que a razão não autorizará. Perante a promessa duma incomensurável riqueza propagandeada através da TV, vaticinamos que nos vai sair o Euromilhões. Até nos surgem mentalmente os números que vão ser sorteados, com as duas estrelas certeiras no fim da linha. Será desta vez?

No dia um deste tenro janeiro, na sua primeiríssima hora, tive um pressentimento, ou, mais do que isso, senti-me abençoado por um momento de extrema lucidez, de capacidade divinatória. Uma revelação demasiado importante para ser guardada, pelo que decidi partilhá-la convosco. Façam com ela o que vos aprouver!

Em janeiro há eleições e em março o carnaval; no primeiro evento alguém vai pôr a máscara, no segundo outros lha vão tirar. Se em abril muito chover, em julho o tempo aquecerá; não há que enganar. E em agosto, com muito ou pouco sol, as praias vão encher-se de gente a pescar umas ondas sem anzol. Quanto ao Covid – sosseguem! – esse animal vai ficar de rastos, pois ou as vacinas resultam, ou Schwarzenegger extermina-o, tira-lhe da tosse. E, melhor que tudo o resto, prevejo que os meus amigos terão um feliz e próspero ano.

Joaquim António Leal

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