03/02/2025, 0:00 h
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LITERACIA FINANCEIRA
Por Raquel Silva (Economista)
Um ano! Pois é, este nosso cantinho financeiro já completou um ano… Antes de mais, permitam-me agradecer a quem me lê, e desejar do fundo do coração que alguma dica/informação, aqui apresentada, tenha sido de ajuda para alguém! Só assim faz sentido este espaço. Espero, humildemente, que possa contribuir para aumentar, nem que seja um bocadinho, a literacia financeira de quem lê, e este tema é, como se sabe, algo que em Portugal tem muita margem de melhoria (basta recordar que, em finais de Fevereiro de 2024, o jornal ECO noticiava que “Portugueses são os segundos piores da União Europeia em literacia financeira”).1
Agora… Havia uma promessa vinda de 2024! Ainda se recorda? A promessa era, neste artigo, falar de DCA! Cá estou eu a cumprir!
Já alguma vez ouviu falar sobre DCA? DCA (ou Dollar Cost Average, literalmente, “o custo médio em dólares”) é uma estratégia de investimento, que consiste em investir num activo a mesma quantia de dinheiro, em intervalos regulares de tempo, independentemente do preço.
Ou seja, imagine que tem €100 para investir por mês e quer investir num ETF “S&P500”: em vez de andar a tentar perceber se o ETF está a baixo preço e comprar mais nessa altura, a ideia é investir sistematicamente esses €100 todos os meses, independentemente do preço a que esteja uma unidade do ETF.
Ao fim de vários meses, o preço unitário do seu ETF vai ter sido o preço médio.
Exemplo: imagine que hoje é dia 1 de Janeiro e você compra uma unidade de um ETF a €75/unidade, no dia 1 de Fevereiro comprou outra unidade a €50/unid e no dia 1 de Março a €100/unid. Na realidade, ao fim dos 3 meses, é como se tivesse comprado 3 unidades a €75/cada. E não teve de andar a pesquisar se o preço estava alto ou baixo, porque, no final de contas, o preço acaba por se ajustar (há descidas e subidas ao longo do tempo, mas com o DCA é como se comprássemos sempre ao preço médio).
A estratégia DCA é óptima em certos tipos de investimentos, como os ETF’s, por exemplo. Já no caso de outros activos, como por exemplo as acções, esta não é uma boa estratégia. Acções individuais são uma classe de activo (assim como os REIT’s, por exemplo) que necessitam de mais pesquisa e análise para sabermos o seu justo valor.
Deve ser feita uma análise fundamental, que é um método que tem como objectivo, precisamente, apurar o justo valor de uma acção. Para tomar uma decisão (sobre investir, ou não, numa determinada acção), o valor justo deve ser comparado com o valor actual da acção: caso o preço actual seja mais baixo do que o valor justo da acção, é uma boa oportunidade de investimento; caso contrário, talvez não seja uma boa altura para investir nessa acção.
De seguida, vamos falar sobre outro conceito importantíssimo no mundo dos investimentos: os juros compostos. Existe uma frase, atribuída ao génio da física Albert Einstein, que diz o seguinte: “Juros compostos são a oitava maravilha do mundo: quem o entende, ganha; quem não entende, paga”. Não se sabe com certeza se é da sua autoria, mas é uma frase inteligente! Vamos falar sobre isso no próximo artigo!
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