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Gazeta Paços de Ferreira

18/03/2023, 0:00 h

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VAI MAIS UMA GUERRINHA?

Joaquim Leal Opinião

OPINÃO

Como todas as guerras, esta é má e é preciso pará-la rapidamente. Mas enquanto a paz não acontece não devemos permitir que a mesma se transforme num negócio maior do que já é desde o início.

Joaquim Leal

 

A guerra (e falo da Ucrânia) não é má para todos e, desde logo, é um maná para os fabricantes de armas e para os que desejam enfraquecer a Rússia, desgastando-a. Mas se nos abstrairmos desta fria análise dos factos e nos focarmos nas trágicas consequências desta peleja sangrenta, não conseguimos deixar de nos sentir profundamente compungidos. É que, existindo, há bombas que caem onde há pessoas, matando-as, estropiando-as, extorquindo-lhes os haveres, ao mesmo tempo que há gente feliz a aproveitar-se das desgraças alheias, especulando nos preços, encarecendo produtos até um nível que nada justifica. Que o digam os portugueses que, com os mesmos salários que recebiam antes da “crise”, têm visto os alimentos (e tudo o resto) atingir valores proibitivos para as suas carteiras.

Gradualmente, vão surgindo um pouco por todo o lado manifestações públicas de descontentamento, onde se exigem ações concretas por parte do governo para suster esta escalada de carestia que parece não ter fim.

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Segundo se pensava (o primeiro ministro?), as ações inspetivas da ASAE iriam refrear o ímpeto especulativo das grandes distribuidoras (leia-se cadeias de supermercados), no entanto, como se constata sem necessidade de recurso à lupa, não será a exposição pública da ganância que provocará qualquer alteração de rumo. Há bens essenciais, como o leite, tendo-se este inflacionado mais de 30% sem que as vacas tenham começado a comer mais, pelo que, como se concluirá facilmente, só medidas legislativas concretas poderão ter mão nisto. Limitem-se as margens de lucro das empresas a percentagens justas e a vida tornar-se-á bastante melhor.

Como todas as guerras, esta é má e é preciso pará-la rapidamente. Mas enquanto a paz não acontece não devemos permitir que a mesma se transforme num negócio maior do que já é desde o início. Lembro, a este propósito, o que dizia um comerciante anónimo algum tempo depois de a Segunda Grande Guerra ter terminado: “O que dava mesmo jeito era mais uma guerrinha”. Fica tudo dito.

Joaquim António Leal

 

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