17/02/2022, 0:00 h
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Recentemente foi publicado mais um importante e bem fundamentado estudo do economista Eugénio Rosa. Sintetizando, e utilizando dados do INE:
A inflação disparou em Portugal a partir do início do 2.º semestre de 2021. Em janeiro de 2022 a variação homóloga mensal dos preços foi de 3,3%. e a manter-se o ritmo verificado o aumento de preços homólogos (comparando o mesmo mês do ano anterior) atingirá em 2022 cerca de 5,1%.
Como o aumento de remunerações será de 0,9% e das pensões entre 0,24% e 1%, resulta uma quebra significativa do poder de compra dos trabalhadores quer do sector público quer do sector privado, bem como dos pensionistas.
Reproduz-se assim a situação vivida no período da troika.
Se não se conseguir medidas corretoras por parte de um Governo PS de maioria absoluta, 3 milhões de pensionistas e 725 mil trabalhadores perderão em 2022 cerca de 4% dos rendimentos.
Mesmo os 30% dos trabalhadores que auferem o salário mínimo e viram o salário mínimo subir em 2022 de 665 para 705 euros, verão esses 6% anunciados escoarem no mísero aumento do poder de compra de 0,95%.
Serão muito poucos os trabalhadores do privado que neste contexto obterão aumentos dos salários de 5%, e, portanto, não entrem em perda.
Traçado este cenário, importa referir que no quadro parlamentar criado são bem menores as possibilidades de intervenção, pressão e condicionamento pela esquerda de opções que defendam os trabalhadores.
O Governo PS constituir-se-á em obstáculo fiel à satisfação dos seus interesses. Compete, portanto, aos sindicatos interpretar as necessidades materiais objectivas dos trabalhadores e romperem com um certo amorfismo e preconceito ideológico.
Julgo, portanto, que, antes cedo que tarde, importa informar e esclarecer localmente, em cada sector, em cada local de trabalho, que a vida vai se tornar mais difícil, se não houver luta. Há soluções. Há um Movimento a criar pela Reposição de Rendimentos.
Cristiano Ribeiro, Dirigente do PCP
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