“UM MUNDO AO CONTRÁRIO”

Não será surpresa para ninguém se dissermos que vivemos naquilo que parece ser “um mundo ao contrário”. Todos temos ou tivemos nalgum momento essa sensação de que algo não está bem ou de que algo é exactamente o oposto do que deveria ser. Um dos bons exemplos disso mesmo é o transito em Paços de Ferreira. Não têm a sensação por vezes que estão a andar ao “contrário”? Que aquela rua devia ser para lá e não para cá (ou vice-versa)? Mas o melhor exemplo neste momento relativo a esta problemática é o chumbo do orçamento estado (OE) e as eleições legislativas marcadas para 30/01/2022. Senão vejamos:

- Temos um presidente da república (PR) que apostou tudo na aprovação do OE, acenou antes do tempo com dissolução da assembleia da república (AR) e eleições antecipadas, percebemos agora que para além disso mesmo pouco mais fez para evitar este cenário, acima de tudo não conseguiu prever antecipadamente que as eleições antecipadas podem não ser a solução e que agora é tarde de mais para voltar atrás! Para um PR com tanta experiência política é claramente uma desilusão e fica a tal sensação do “mundo ao contrário”.

- Temos um partido socialista (PS) em funções que em algumas coisas diz que não tem legitimidade para avançar e em outras coisas avança como se não houvesse amanhã. Não pode avançar com o aumento das pensões, mas pode avançar com os milionários contratos de exploração mineira em Portugal. Ou seja, está já em campanha para as eleições e tudo o que puder arranjar para ajudar a ganhar de preferência com maioria absoluta, neste momento, não têm legitimidade para depois apresentar de forma gloriosa. Se for algo que os possam de alguma maneira “chamuscar”, aí tem legitimidade e convém resolver já para dar tempo a que o povo se esqueça. Mesmo considerando que na política vale (quase) tudo, continuamos a considerar que fica a tal sensação do “mundo ao contrário”.

Saúde para todos.

Oscar Leal (Vice-presidente do CDS de PF).

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09/11/2021