Treinador fora de prazo

Há várias formas de ter sucesso no futebol: ter uma ideia de jogo bem definida e jogadores que encaixem nessa ideia; ser um líder e combater a falta de uma ideia com uma cultura de trabalho e exigência; e por aí fora…

Ole Gunnar Solskjaer não domina nenhuma dessas formas.

O norueguês chegou como uma solução de recurso, mas acabou por agarrar o lugar e nunca mais saiu.

Não seria nada de anormal se não estivéssemos a falar do Manchester United.

O gigante inglês não pode ter uma solução de recurso à frente da equipa durante quatro anos. Grande parte da culpa também é da direção.

O Manchester United é das equipas que mais gasta nos mercados de transferências e mantem-se com um plantel desequilibrado; há jogadores subaproveitados e outros que ainda hoje não sabem como chegaram ao clube.

Maguire é o primeiro nome a surgir na cabeça de todos. 80 milhões na contratação do central que nunca justificou o estatuto do central mais caro da história.

Wan Bissaka é demasiado limitado.

Pogba é irregular e nunca se sabe muito bem se a cabeça está em Manchester ou noutro lado qualquer.

Van de Beek chegou de um Ajax finalista da Champions por 40 milhões e é um habitual suplente.

Sancho ainda não conseguiu justificar a aposta.

Estes são apenas alguns exemplos.

O treinador não consegue retirar o melhor de cada jogador. Nunca conseguiu. O pior é que parece que a direção não o questiona sobre isso e parece não ter plano B.

Bruno Fernandes carregou a equipa às costas na época passada. Ronaldo é um acrescento de qualidade a todos os níveis.

Mas o United está a anos luz de Liverpool e Manchester City.

A derrota em casa, por 5-0, frente ao Liverpool tinha que ditar a saída do treinador imediatamente após o jogo.

Um dia depois e ainda lá está.

Para piorar a situação, Solskjaer deu autógrafos no final desse jogo. A exigência já não existe. O fantasma de Fergunson ainda paira sobre Old Trafford e, se assim continuar a liderança, vai demorar anos a desaparecer.

Pedro Queirós

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