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Gazeta Paços de Ferreira

23/09/2023, 0:00 h

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TORNEMO-NOS BANQUEIROS PESSOAIS

Joaquim Leal Opinião

OPINIÃO

Assino o contrato: está feito. Ou melhor, estou feito, porque se sobem os juros a prestação vai aumentar, os meus rendimentos disponíveis vão minguar, por oposição aos lucros dos banqueiros que vão continuar a crescer independentemente do que vier a acontecer.

Por Joaquim António Leal

OPINIÃO

 

 

Estou em crer que ninguém gosta de ser pobre e, no geral, todos temos uma certa inveja dos grandes banqueiros, do seu elevado estatuto, da facilidade com que geram lucros chorudos sem grandes incómodos pessoais. Se não tenho dinheiro e preciso dum empréstimo para adquirir uma casa, entro numa agência bancária, formulo o pedido, pago a instrução do processo, pago o processo, a avaliação, os custos administrativos e as despesas de ter uma conta bancária obrigatória no mesmo banco que já me cobrou por tudo e mais alguma coisa. Depois vêm os juros, mais as despesas que não sei do que são, mais umas letrinhas no contrato que mal consigo decifrar, mais umas quantas aflições que ninguém consegue antecipadamente enumerar.

 

 

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Assino o contrato: está feito. Ou melhor, estou feito, porque se sobem os juros a prestação vai aumentar, os meus rendimentos disponíveis vão minguar, por oposição aos lucros dos banqueiros que vão continuar a crescer independentemente do que vier a acontecer.

 

 

O ideal seria tornarmo-nos todos banqueiros, donos de um banco pessoal a que recorreríamos em caso de necessidade para qualquer tipo de investimento. Nesse caso, não teríamos custos administrativos, e os lucros, se os houvesse, reverteriam para benefício da casa, ou seja, serviriam para amortizar o capital em dívida ou para algo mais.

 

 

E se os juros disparassem para números proibitivos? Não haveria o mínimo problema porque o BCE emprestar-nos-ia o dinheiro a custo zero (ou quase), não fosse o nosso banco falir e arrastar para bancarrota todo o sistema financeiro europeu. E se, mesmo assim, o nosso banco pessoal entrasse em falência, porque retirámos dinheiro da caixa para adquirir bólides novos para a família ou uma casa de férias num local paradisíaco, lá estaria o governo para injetar o dinheiro que fosse necessário, pois para isso (e mais umas coisas) é que servem os impostos pagos por todos os portugueses.

 

 

Assim, sim, ficaríamos todos em pé de igualdade, finalmente.

 

 

 

 

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