26/04/2025, 10:08 h
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OPINIÃO POLÍTICA
Por Tiago Silva (Membro do Comissão Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Socialista)
Com a eleição de Donald Trump, os sorrisos diplomáticos deram lugar a olhares desconfiados. Não foi preciso muito tempo até que o novo presidente americano dissesse, “Ou pagam mais pela vossa defesa, ou tratem de se defender sozinhos.”
Trump não pediu. Ordenou. Como quem cobra uma dívida esquecida. Subitamente, países que durante décadas confiaram na paz, na diplomacia e no suposto espírito de aliança, foram confrontados com uma realidade nua e crua: a NATO já não é um pacto entre iguais.
A exigência de que os países-membros passem a investir 5% do PIB na defesa não caiu do céu. Foi uma imposição feita com tom de ultimato, à boa maneira trumpista: “Ou se armam, ou estão por vossa conta.” Isto vindo de um presidente, que sempre desprezara as instituições internacionais.
Mas o mais absurdo é que alguns países europeus, muitos deles com dificuldades orçamentais profundas, poderão realizar cortes na saúde e educação para comprar tanques e mísseis, como se a sobrevivência da democracia dependesse da aprovação dos EUA.
E o que ganham com isso? A ilusão de segurança, talvez. Mas sobretudo a certeza de que ainda vivem sob o guarda-chuva de uma superpotência que, a qualquer momento, pode fechar o pano e ir embora — como Trump ameaçou fazer várias vezes.
A pergunta que resta é simples: vamos continuar a gastar em armas porque nos mandam, ou vamos finalmente discutir o que queremos defender — e de quem?
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