“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” Livro dos conselhos

OPINIÃO POLÍTICA

Esta frase pode-se aplicar aos momentos de hoje vividos no contexto político, com o aproximar das próximas legislativas de 10 de março, eleições que adquirem um caracter de importância especial, já que curiosamente se realizam no ano em que se celebra 50 anos do 25 de Abril.

50 anos se passaram desde que se pôs fim à ditadura, 49 se passaram desde que foi realizada as primeiras eleições com sufrágio universal, as eleições para a Assembleia Constituinte a 25 de abril de 1975, torna-se cada vez mais premente a transmissão dos valores e espírito de abril, já que são estas que permitiram que hoje qualquer pessoa independentemente da sua raça, género, caracter social ou económico tenha o direito de votar.

Apesar de votar ser um direito, muitas vezes nos esquecemos que carrega ligado a si vários deveres que permitem, quando satisfeitos, que o direito de voto cumpra de um modo pleno a sua função. Votar não deve ser encarado como um ato de leviandade mas sim um ato de reflexão e consciência, e é impossível tomar uma decisão em consciência se não estivermos informados, portanto é necessário que todes nós, enquanto eleitores, façamos o esforço de nos informar acerca dos planos políticos, das medidas apresentadas, dos valores que cada partido defende e através de um exercício de pleno espírito crítico refletirmos acerca das medidas que, a nosso ver, são as mais vantajosas para nós mesmos bem como para o nosso pais.

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Tendo em conta a forma como a informação se dissemina, é necessário, de igual modo, que buscamos a informação nas fontes corretas de forma a evitar as ambiguidades, ou até mesmo as fakes news que com bastante facilidade se disseminam nas redes sociais, bem como evitar os discursos populistas a que partidos recorrem para apanhar aqueles que estão menos atentos. Assistir aos debates, cujas datas já estão publicadas, ler os projetos de campanha, assistir regularmente às notícias são (pequenos) atos que podemos fazer e que nos permitirão tomar uma decisão mais consciente no próximo dia 10 de março.

Por isso convido-nos, especialmente aos mais jovens, a fazer este exercício ativo de voto consciente e informado, seguindo deste modo o conselho que Saramago nos deixa na contracapa do seu livro.

Se podes votar, vota.

Se votas, fá-lo em consciência.