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Gazeta Paços de Ferreira

13/04/2023, 0:00 h

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PROVAS DE AFERIÇÕES E EXAMES

Opinião COMENTÁRIO ROSÁRIO ROCHA

COMENTÁRIO EDUCAÇÃO

Eu concordo que existam, e apenas discordo da forma como são implementados: na minha opinião deveriam ser realizados todos numa escola pública. Os colégios realizam-nos nas suas instalações com os seus professores e os resultados são sempre alvo de alguma desconfiança. Deveriam ser eles próprios a solicitar a realização numa instituição pública, aplicados por professores isentos, precisamente para se eliminarem algumas dúvidas.

Rosário Rocha

Estamos a passos largos para o final do ano letivo. Para quem trabalha em períodos escolares, este será o último. Para quem trabalha em semestres, também estamos a meio do último. Com o final do ano, chega o momento de exames e provas de aferições.

 

Exames nacionais

Há opiniões díspares quanto aos exames nacionais. Há quem não concorde com eles, pois, por vezes, um exame acaba com o sonho de muitos jovens e o futuro pode ficar condicionado por um mau desempenho no momento.

Confesso que eu não sou contra os exames nacionais de final de ciclo. Embora eles possam condicionar, na realidade há sempre duas fases e se numa corre mal, os jovens podem tentar na próxima.

Os resultados desses exames dão origem aos Rankings e é outro problema que se aponta: as escolas não têm todas os mesmos contextos. As privadas, por norma, têm melhores resultados e assim se gera a polémica na opinião pública.

Eu concordo que existam, e apenas discordo da forma como são implementados: na minha opinião deveriam ser realizados todos numa escola pública. Os colégios realizam-nos nas suas instalações com os seus professores e os resultados são sempre alvo de alguma desconfiança. Deveriam ser eles próprios a solicitar a realização numa instituição pública, aplicados por professores isentos, precisamente para se eliminarem algumas dúvidas.

 

Notas e cursos superiores

Vai surgindo a possibilidade de serem as universidades a fazerem exames e a selecionarem os alunos para determinados cursos em função das suas competências. Sabemos, por exemplo, que Medicina exige médias altíssimas e muitos jovens não conseguem ter notas para entrarem, apesar da sua vocação. Sabemos, também, que nem sempre o melhor profissional é o melhor teórico, a diferença está na prática e na forma como se envolve e esforça no dia a dia. Sabemos que o advogado que ganha mais causas, nem sempre é o que tirou melhor média de curso, mas é aquele que, ao longo da vida, se prepara melhor e é mais audaz.

Pelos motivos expostos, parece-me que seria importante que as próprias universidades também selecionassem em função do perfil esperado para determinados cursos.

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Provas de aferição

Na minha opinião, estas provas são completamente desnecessárias. Tenho sempre em mente que o governo as usa apenas para mudar os programas em função do que já tem delineado. Quando querem mudar o programa de português, por exemplo, aplicam uma prova dificílima para haver justificação de mudança. O mesmo acontece nas outras áreas.

Este ano, por exemplo, os alunos de 2º ano terão provas de aferição que serão todas feitas online. Não preciso ser vidente para perceber que os resultados não serão bons. É óbvio que miúdos de 7-8 anos são bons na tecnologia, mas ainda não têm destreza na capacidade de digitar. As provas de aferição servem para aferir, não avaliar, mas o que vão aferir eles? Que os alunos não sabem os conteúdos ou não sabem digitar? Poupavam muito dinheiro se perguntassem às escolas quais as fragilidades a nível curricular ou nas competências digitais.

Os meus alunos vão ter essas provas. Confesso que não estou minimamente preocupada. Eu sei o que eles sabem ou não; eu sei as suas dificuldades e sei onde os programas estão desajustados. Sou a favor da tecnologia, mas tudo a seu tempo. Primeiro precisam saber ler e escrever bem, manualmente, e o resto vem por acréscimo.

Da minha parte, não pretendo criar nenhuma ansiedade aos pequenos. Quero lá saber dos resultados! Mas sinto que já há muitos colegas ansiosos e isso passa para os miúdos, pois não será fácil a realização das provas nos moldes que serão feitas.

Um conselho para pais e professores: não deem muita importância às provas de aferição…

Rosário Rocha

 

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