16/12/2021, 0:00 h
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Vivemos um tempo em que mais do que ser é preciso parecer. Qualquer acção tem de ser acompanhada por outras acções nos jornais e/ou televisões. Vem isto a propósito da detenção na Africa do Sul do foragido número um da justiça portuguesa. Essa acção que tem tudo de meritória para a nossa polícia judiciária (PJ), pensamos, deveria ter ficado por aí. Mas os média em geral não deixam que assim seja. Forçam, forçam e vemos depois todo o espetáculo que é feito e as autoridades não se conseguem conter. Vem isto a propósito da desmultiplicação a que o chefe máximo da (PJ) se sujeitou, dando conferencias de imprensa, entrevistas em vários canais, comunicados etc. Nesses dias foi a “estrela”. Qual foi ou é a necessidade disto? O chefe máximo da PJ não tem o dever de recato? Não deveria ser mais contido e não promover todo esse espetáculo que só serve aos média e mais ninguém? Ninguém tem dúvidas que foi feita muita pressão por todos os lados, mas a PJ não terá a capacidade de ser superior a isso?
Nestes dias ouvimos horas e horas de emissões só a falar na detenção do Sr. João Rendeiro. Comentadores comentaram. Advogados explicaram (?). Jornalistas escreveram. Ouvimos coisas do tipo “A justiça portuguesa hoje fez as pazes com a população”, ou “Hoje é um dia feliz para a democracia portuguesa”. O que ninguém disse, por não querer ou por não saber, é o que se vai passar agora. Pensamos claramente que se falou demais e tememos que daqui a alguns anos ainda estejamos a falar disto e de como o famoso foragido ainda vive num qualquer país e não veio cumprir a sua pena em Portugal. Não seria o primeiro caso.
Não temos qualquer interesse especial em ter razão antes do tempo, mas talvez fosse de bom tom falar menos, mais assertivamente e explicar á população que ainda está pela frente uma longa batalha judicial (ao que consta o Sr. João Rendeiro terá os meios necessários para isso) e se calhar esta vai acabar por ser só uma pequena vitória como aquelas equipas que marcam um golo no primeiro minuto, festejam como “se não houvesse amanhã” e no final do tempo de jogo são goleadas.
Um Santo e Feliz Natal para todos.
Oscar Leal (Vice-presidente do CDS de PF).
13/12/2021
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