31/10/2024, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
Por João Paulo Carvalho
O movimento "6 de Novembro", que, inicialmente, parecia promissor, lutava por uma causa justa: a redução das tarifas de água e saneamento e a anulação de uma concessão abusiva.
Com toda a legitimidade, travou uma luta importante, mas a história tomou um rumo que muitos não esperavam. Este movimento foi utilizado para ganhar eleições e, no final, nada mudou.
Quase doze anos se passaram desde que essa batalha começou, e o que temos hoje?
As promessas de um futuro melhor, de um sistema mais justo, e até ameaças de que a concessão seria anulada por causa de ilegalidades gritantes, resultaram em... nada.
No final, o que realmente aconteceu?
Um contrato renegociado, estendendo a concessão por mais quinze anos.
A Câmara Municipal de Paços de Ferreira e as Águas de Paços de Ferreira fizeram os seus acordos, e a montanha pariu um rato.
O Movimento, que prometia mudança, parece agora estar de mãos dadas com aqueles que antes criticava. Os mesmos que lideravam a luta estão agora no poder.
E o que ficou para o povo?
Continuamos a pagar, felizes e conformados, enquanto a empresa exploradora garante o seu lucro por mais quinze anos. Um excelente negócio, sem dúvida – mas apenas para eles.
E quanto à situação da ETAR de Arreigada?
Falaram de investimentos que resolveriam a grave poluição ambiental. E o que temos hoje?
O problema continua, e até pior do que estava. E nós, os habitantes de Paços de Ferreira, permanecemos tranquilos, afinal, quem sofre com o mau tratamento dos resíduos são os residentes de outro concelho.
A atual governação sempre afirmou que iria resolver o problema, mas a realidade mostra que está pior do que no passado.
Lembremo-nos: ser cego não é apenas não ver, mas sim recusar-se a ver.
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