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Gazeta Paços de Ferreira

11/05/2024, 0:00 h

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Pinto da Costa vs Os Meus Amigos

Desporto Pedro Queirós

DESPORTO

O curioso é que, há 15 ou 20 anos, ninguém adivinhava que a saída do presidente do FC Porto não só não acabava com o clube, como lhe daria a possibilidade de um futuro mais risonho.

Por Pedro Queirós

COMENTÁRIO DESPORTIVO

 

 

Os meus amigos de infância mais próximos são sportinguistas. Crescemos juntos, todos apaixonados por futebol.

 

 

A nossa infância, em termos futebolísticos, foi marcada por uma hegemonia do FC Porto e a travessia no deserto do Sporting. Como tal, ouvi todo o tipo de desculpas e justificações para o fracasso desportivo, ano após ano, que uma criança ou um adolescente encontram. O “para o ano é que é”; “ao menos não somos corruptos”; “ser do Sporting é ser diferente”; “somos a maior potência desportiva do mundo”; “ganhámos nas modalidades” eram o pão nosso de cada dia.

 

 

A hegemonia do FC Porto, manchada por algum tempo pelo Apito Dourado, tinha um rosto acima de todos os outros: Pinto da Costa.

 

 

Como tal, também ouvi muitas vezes: “Quando o Pinto da Costa sair, o Porto acaba”. Ora, os meus amigos nunca privaram com o então presidente do FC Porto, mas eram completamente contra tudo o que lhe dizia respeito.

 

 

Os anos passaram. O FC Porto já não ganha tantas vezes como nessa altura; o Sporting já foi campeão e prepara-se para sê-lo novamente; os meus amigos continuam fanáticos, mas já não usam essas frases feitas quando corre mal.

 

 

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Mas atenção, todos fazemos isso, principalmente em criança. Eu também fazia. Se ganha, joga bem. Se perde, é roubado. Se ganha, os jogadores são os melhores do mundo. Se perde, os jogadores são maus e o treinador não percebe nada. Isto é do mais básico.

 

 

O FC Porto foi a eleições e, tantos anos depois, os meus amigos estavam do lado de Pinto da Costa. E percebe-se o porquê.

 

 

Incrivelmente, depois de 42 anos marcados por muitas vitórias, que os meus amigos criticaram, Pinto da Costa perdeu, quando eles até queriam que ele ganhasse.

 

 

O curioso é que, há 15 ou 20 anos, ninguém adivinhava que a saída do presidente do FC Porto não só não acabava com o clube, como lhe daria a possibilidade de um futuro mais risonho.

 

 

Os meus amigos vão festejar este ano e eu junto-me a eles. A nossa amizade nunca se baseou por cores da bola.

 

 

Já Pinto da Costa, até na hora da saída, foi contra as vontades dos adeptos dos clubes da capital.

Os meus amigos continuam a não gostar dele…

 

 

 

 

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