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Gazeta Paços de Ferreira

23/02/2025, 0:00 h

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PERGUNTEI AO VENTO…

Joaquim Leal Opinião

OPINIÃO

Perguntei ao Vento pelo Amor Maior e ele respondeu-me que não entendia o que eu queria saber. Então expliquei-lhe que Amor é o que harmoniza os homens com a natureza, o que produz felicidade e vontade de viver.

Por Joaquim António Leal

 

E ele disse-me: “Não estou certo de ter compreendido a tua questão, mas vou tentar esclarecer-te. Eu viajo muito, como não ignoras, e já passei pelo Polo Norte inúmeras vezes, onde continuo a ver as calotas polares a derreterem e, a milhares de quilómetros de distância, os oceanos a transbordaram e a engolirem casas que desalojam populações.

 

Já desci ao Polo Sul e o panorama é em tudo semelhante. No centro da terra, naquela linha imaginária que divide o nosso planeta, estremeci sob a turbulência de outros ventos, meus primos e irmãos, que insistem em dirigir-se para Sul a provocarem desastrosas monções. Parece-me que por todo o lado se assiste a fenómenos negativos, consequências nefastas de atividades humanas que não criam mais valor, antes satisfazem desmedidos apetites de gentes irracionais. Será isto o Amor Maior de que querias saber?”

 

Não. O Amor Maior é exatamente o oposto de tudo isso, esclareci.

 

“Parece-me que nas minhas viagens encontrei de tudo, exceto o que mais desejas. Não vi amor – se é que começo a compreender o significado do que me questionas – mas guerras e destruição, homens a matarem outros homens e a sacrificarem velhos e crianças como se fossem simples peças num tabuleiro de xadrez. Se a minha fugidia opinião te importa, digo-te que quase só encontrei coisas nada bonitas de se ver”.

 

 

 

Amigo Vento, deixas-me profundamente triste com as notícias que me trazes. Que há pessoas e potências militares a espezinharem outros seres em nome da ganância e dos poderes pessoais já o constato há muito.

 

A promoção de guerras na terra dos outros é uma constante, e a hipocrisia de proclamar que se faz a guerra para defender a paz é um profundo golpe que se dá na inteligência das pessoas que se não deixam enganar.

 

O que eu esperava ouvir-te sibilar, caro Vento, era que encontraste um ponto, um simples ponto neste belo planeta onde ninguém subjugasse o seu semelhante, antes todos colaborassem para a obtenção do bem comum, ou seja, onde se vivesse o Amor Maior.

 

“Lamento”, murmura o Vento desiludido, “mas em nenhum sítio, próximo ou remoto, encontrei o que anseias. Talvez um dia os teus sonhos se realizem. Talvez!”.

 

 

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