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Gazeta Paços de Ferreira

18/07/2024, 0:00 h

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Paz para a Ucrânia

Destaque Editorial

EDITORIAL

Não deixa de ser surpreendente que em Portugal não seja colocada na agenda da discussão política a questão da paz e da guerra na Ucrânia, que se apresenta como uma questão existencial.

Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)

EDITORIAL

 

 

Na verdade, a evolução do conflito, a sua escalada, pode pôr em causa, de um momento para o outro, a vida de todos nós.

 

 

No entanto, a discussão política é substituída por uma narrativa catequética “dos bons contra os maus” e, mais grave ainda, pela censura e afastamento de todos aqueles que persistem em chamar a atenção para a complexidade dos problemas, para o seu enquadramento histórico e advogam que seja encetado um caminho de negociações políticas que conduzam à paz.

 

 

Entretanto, mísseis, canhões, drones, e toda uma parafernália de outras armas continuam a espalhar a morte e a destruição.

 

 

E isto tudo é alimentado com uma enorme irresponsabilidade na “crença” que é possível destruir um inimigo detentor de armas nucleares. (!!!???)

 

 

Alimenta-se a escalada militar contra uma potência detentora de armas nucleares, que tem vindo há longo tempo avisando que há linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas.

 

 

Neste momento, a Rússia domina no campo de batalha.

 

 

“Mas um conflito em que estão envolvidas quatro potências nucleares, a paz só poderá nascer do primado da política sobre as armas.

 

 

Em cima da mesa deveria estar a necessidade de travar a escalada, cessar os combates e assinar tréguas duradouras” (1)

 

 

Nada disto está a acontecer dos dois lados.

 

 

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Entretanto, nos últimos dias, do lado Ocidental foram dados passos no sentido de a guerra e a paz serem colocadas em cima da mesa para discussão, com as deslocações do presidente húngaro Viktor Orban(na presidência semestral da União Europeia) a Kiev, Moscovo e a Pequim e do próprio ZelensKy ter anunciado uma conferência de paz, para a qual a Rússia seria convidada, ao contrário da recentemente realizada na Suíça.

 

 

Em contraponto, nas comemorações dos 75 anos da NATO continuava o festim militarista, com as declarações de entregas de aviões e pacotes de milhões à Ucrânia.

 

 

Aproximam-se as eleições nos Estados Unidos da América e a eventual eleição de Donald Trump poderá remexer nestas questões e evitar a catástrofe nuclear.

 

 

Aguardemos.

 

 

(1)-Viriato Soromenho Marques , in DN

 

 

 

 

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