Padre Eugénio Jalhay (4 e fim)

Em 1929, na sequência da actividade que levou Eugénio Jalhay a encontrar-se com personalidades ligadas ao campo da disciplina de História que o absorvia, iniciou-se uma forte amizade entre ele e o Tenente-coronel Afonso do Paço. O militar achara a estação arqueológica paleolítica e asturiense do Carreço, em Viana do Castelo, e convidou o padre jesuíta para a visitar. Aceite o convite, iniciou-se uma colaboração contínua que culminou nas escavações da Citânia de Sanfins de Ferreira, com o sucesso que hoje pode ser comprovado. Basta lá ir… e ver!

Houve tempo em que a Citânia foi enriquecida com a reconstrução de um aglomerado familiar, com cobertura de colmo, que nos dava uma ideia muito real do que seria o aspecto da citânia quando os celtas lhe davam vida. Por qualquer razão que desconheço (acidente ou vandalismo) aquele excelente trabalho de reconstrução foi destruído pelo fogo… e jamais foi refeito (pelo menos, há meia dúzia de anos, quando da minha última visita à Citânia, o que se podia ver daquele exemplo de aglomerado familiar era a destruição provocada pelo incêndio).

Eugénio Jalhay morreu prematuramente em 1950, em Lisboa, na sequência de uma congestão. Contava 59 anos de vida feita de fugas, mas também plena de realizações que a História regista e que todos nós devemos recordar, admirar e agradecer.

No sopé da elevação em cujo cume se encontra a Citânia, a autarquia privilegiou aquelas ruínas históricas, atribuindo aos arruamentos nomes com elas relacionados. Aí se encontram as ruas do Padre Jalhay e de Afonso do Paço… mas parece-me pouco!…

Para quando uma estátua dos arqueólogos num jardim de Paços de Ferreira?… E os seus nomes atribuídos a equipamentos sociais, escolares ou culturais?

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico) OV