26/04/2024, 10:05 h
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EDITORIAL
EDITORIAL
No último editorial consideramos a Educação como uma das maiores conquistas de Abril.
Alguns números simples alicerçam esta consideração.
Em 1974 apenas 5% dos jovens completava o ensino secundário. Atualmente são 88%.
Em 1974 havia 70 mil estudantes no ensino superior. Atualmente são quase 500 mil.
A Educação foi exactamente uma das matérias que a oposição democrática pacense ao regime, liderado então por Marcelo Caetano, no final dos anos sessenta e inícios de setenta, privilegiou no seu programa de actuação.
Neste número, Aloisio Lobo, que era o elemento mais destacado desse grupo, maioritariamente constituído por professores e estudantes universitários, aborda as condições da criação de uma escola aberta e gratuita a lecionar as matérias do então Ciclo Preparatório e as resistências que foi encontrando até ser obrigada a encerrar.
Uma escola que só foi possível pela cedência de parte das instalações paroquiais de Paços de Ferreira pelo respectivo pároco, Padre Joaquim Ferreira de Meireles.
Joaquim Leal, nosso atual colaborador, lembra a sua breve passagem pela escola na condição de aluno, primeiros passos para a licenciatura.
Octávio Renato de Magalhães, autor do logotipo da publicação A REBATE, integrava o grupo, mas não lecionava. Nesta edição também se refere à escola.
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Nós éramos o elemento mais novo do grupo, que, naturalmente, fazia a ligação da escola, à contestação estudantil coimbrã, iniciada a 17 de Abril de 1969 e prosseguida com a greve aos exames na luta pela democratização do ensino: A Universidade para o Povo, lia-se em muitos dos cartazes.
Idêntica ligação era estabelecida por Augusto Santos, já falecido, e que também participara no movimento estudantil coimbrão de 69/70 e se empenhava muito nos problemas do concelho.
A escola era uma forma especial de fazer política: mostrar, no concreto, que era possível alargar a Educação a camadas mais amplas da população.
No entanto, este grupo já tinha participado nas eleições legislativas de outubro de 1969 e era responsável com o Padre Joaquim Ferreira de Meireles pela edição de uma publicação chamada A REBATE, em que tratava vários problemas sociais, económicos e políticos, concelhios e nacionais, e evidenciava a sua oposição à guerra colonial de uma forma especial: registava em conjunto todos os mortos na guerra, que eram espalhados durante a semana pelos jornais um a um , para não terem impacto nos leitores.
O Padre Joaquim Meireles era responsável por todos os editoriais do A REBATE, onde defendia posições cristãs avançadas.
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