17/03/2024, 12:05 h
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Opinião Opinião Politica Partido Socialista Paulo Ferreira
OPINIÃO POLÍTICA
As eleições legislativas do passado domingo alteraram, de forma muito significativa, o panorama político nacional.
Se é verdade que a AD venceu as eleições, a dimensão da vitória fica aquém do que antecipavam muitas sondagens, mas sobretudo, muito longe do que antevia o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando decidiu dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições.
Do lado do PS a queda relativamente às eleições de 2022 é grande, com um resultado final muito próximo da AD, é verdade, mas longe daquilo que era ambicionado.
O grande vencedor foi, sem dúvida alguma, o Chega, que conseguiu mais de 1 milhão e cem mil votos, uma bancada parlamentar com quase 50 deputados, e resultados sem precedentes em todo o país.
Como vivemos em liberdade, mais do que contestar o voto democrático, aquilo que se exige das democracias é que sejam capazes de resolver os problemas que mais afetam os cidadãos. O nosso país não é exceção, pelo que o trabalho deverá começar já nesta nova legislatura, e também pelos partidos da oposição, sobretudo pelo PS.
Relativamente aos resultados eleitorais no distrito do Porto, a AD foi também vencedora, e com o Chega a atingir resultados em linha com a média nacional. Dos 18 concelhos que fazem parte do Distrito do Porto, em 10 a vitória foi da AD, cinco dos quais municípios atualmente liderados pelo PS.
OPINIÃO POLÍTICA
No concelho de Paços de Ferreira a AD também venceu, com 34% dos votos, contra 26% do PS e os quase 20% do Chega. A leitura que é possível fazer-se no concelho é que também por cá houve uma forte penalização do PS, mas não tendo o eleitorado transferido o seu voto para o PSD, que manteve inalterado o número de votos obtidos em 2022.
O que se verificou no concelho de Paços de Ferreira correspondeu, assim, ao que sucedeu no resto do país: uma percentagem muito significativa de insatisfação que resultou num exponencial aumento de votos no Chega.
RESULTADOS DAS LEGISLATIVAS DE DOMINGO NO NOSSO CONCELHO:
PS TEM A SEGUNDA MAIS BAIXA PERCENTAGEM DOS ÚLTIMOS 30 ANOS
PSD TEM A MAIS BAIXA PERCENTAGEM DESDE 1976
Uma última nota para a sempre grande tentação de alguns responsáveis partidários em misturar atos eleitorais nacionais com autárquicos. Dita a história política do concelho de Paços de Ferreira uma enorme hegemonia do PSD nas eleições legislativas e europeias. Nas últimas 5 eleições legislativas o PS apenas venceu uma, em 2022. Já em eleições europeias, o PSD venceu-as todas.
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Em eleições legislativas, e nas últimas três décadas, o pior resultado do PS foi em 2015, com cerca de 7500 votos (25%), ano em que o PSD alcançou 15200 votos (55%). Menos de 2 anos depois, nas eleições autárquicas de 2017, o PS consegue o melhor resultado que alguma vez foi atingido por qualquer partido desde o 25 de abril, 65%, e o PSD alcança o seu pior resultado de sempre no nosso concelho: 29%.
Relativamente ao PSD, e se analisarmos todos os resultados das eleições legislativas desde 1976, a percentagem mais baixa que este partido teve no nosso concelho foi, precisamente, este domingo. Nunca, em 50 anos de democracia, o PSD tinha obtido, em eleições legislativas, um resultado inferior a 35% no concelho de Paços de Ferreira. Aconteceu no passado dia 10 de março.
Mas mais do que tentar ler nos resultados algo que eles objetivamente não demonstram, aquilo que importa reter das eleições do passado domingo é uma mensagem muito forte de muitos portugueses, onde se incluem muitos cidadãos do nosso concelho.
O que se exige dos partidos democráticos, designadamente do PS, é ouvir o que disseram os portugueses e reganhar a sua confiança. Isso apenas será possível com muito trabalho e muita proximidade. É esse o grande desafio para o qual todos fomos convocados.
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