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Gazeta Paços de Ferreira

12/04/2025, 11:34 h

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OS RICOS E A POLÍTICA

Opinião Opinião Politica Partido Comunista CRISTIANO RIBEIRO

OPINIÃO POLÍTICA

O catecismo é o mesmo desde a Revolução Industrial. A propriedade é sagrada, os monopólios anti concorrenciais são inatingíveis, os lucros gigantescos são sempre justificados, o Estado são eles.

Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)

 

Como os tempos agora vão demonstrando em todo o Mundo, os mais ricos do planeta são detentores de tudo: riqueza, estatuto, imagem, poder, expectativas, futuro. Mas os ricos almejam exponencialmente sempre mais: o resto. E o que é o “resto”? Serem mais ricos, pois claro!

 

Na América de Trump e de Musk, isso torna-se agora mais evidente. A ambição total, o poder sem controlo, a utilização em proveito exclusivo da ciência e da tecnologia, a imunidade, a impunidade, tudo se lhes confina, como se fosse uma nova pele a revestir a própria existência. São os biliões, os triliões, concentrados numa só pessoa, numa ideia, numa estratégia pessoal. Mas outros ricos em outras paragens são diferentes? Não. São pequenas fotocópias, pequenas reproduções locais ou nacionais, que aspiram a ser Trump ou Musk, em outros locais, em outras circunstâncias.

 

O catecismo é o mesmo desde a Revolução Industrial. A propriedade é sagrada, os monopólios anti concorrenciais são inatingíveis, os lucros gigantescos são sempre justificados, o Estado são eles. Os governos criaram o monstro da desigualdade, e outros monstros, de forma sistémica nos EUA, e de forma estratégica em outros lugares. A democracia em muitos locais é uma treta. A corrupção, como se desenvolve? E o tráfico de influências? E o branqueamento de capitais?

 

 

 

 

Localmente, os nossos Trump ou Musk aí estão. São os terrenos valorizados artificialmente, as compras e recompras desses terrenos, a criação de necessidades colectivas ilusórias. Desfeito o mito de uma atividade altruísta, ou de mero jogo lúdico, para os ricos a política é instrumental ou um investimento, na sua cruzada para criar condições para crescer e dominar, dominar e crescer.

 

Ao Os ricos que paguem a crise! (o que nunca aliás aconteceu) sucede-se o mais tolerável Os ricos que ganhem com a crise e distribuam as migalhas…

 

Vejamos os impostos. Rico que é rico não prescinde das baixas do IRC, da isenção fiscal, dos incentivos fiscais. São o seu alimento. Uma Justiça equilibrada e célere não lhe é motivadora. Uma Saúde pública acessível não o mobiliza. Uma administração Pública responsável e competente, igualmente. Uma população mais culta, idem.

 

Milhões observam e vêem. Milhares interpretam o que vêem. Poucos antecipam uma Nova Ordem onde se lamentará o caminho percorrido, de servidão e de primado da injustiça.

 

 

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