07/12/2021, 0:00 h
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OS “REIZINHOS”
Uma caricatura às vezes diz mais do que mil palavras. Esta que vi, faz uma leitura confrangedora, mas, provavelmente, muito próxima da realidade. Dois pais de joelhos perante o filho, sentado num trono, com uma coroa. Dizia “reizinho”. E os pais aconselhavam-se: “não digas nada que o contrarie”.
A moda está para aí virada. Se não se fizer a vontade à criança esta fica desmotivada. Pode não comer, não querer ir à escola, etc. O melhor é fazer a vontade…
Nós fazíamos birra quando não nos davam o que queríamos. Mas, as mais das vezes, ou quase todas, de nada valia. Hoje, as birras mantêm-se. A consequência é que é diferente. As mais das vezes, os adultos cedem à vontade da criança. Com a máxima de que não se pode contrariar. Também há muitos bons educadores a defender que não se pode dizer-lhes que a vida é cheia de contrariedades. Quase parece que queremos ensinar as nossas crianças a fazerem como a avestruz. Ignorar o problema. Mas, bem sabemos que esconder a cabeça na areia não o resolve. Agrava-o!
“A incapacidade dos pais modernos de contrariarem os filhos está a criar uma geração de tiranos. Impor barreiras dói, negar algo custa, mas é uma forma de amar. É uma prenda que se dá aos filhos e que lhes assegura uma entrada firme no mundo real". O conselho vem de uma psicoterapeuta infantil de mérito internacional (Asha Philipine).
“Não” é uma palavra que as crianças e jovens têm que aprender a respeitar. Porque a vida vai dizer-lhes “não” muitas vezes!
EDUARDO COSTA, Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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