01/03/2025, 12:03 h
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Desporto Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
Aquando da sua eleição, André Villas Boas mostrou-se disponível para reunir e trabalhar, em conjunto com todos os outros clubes, para uma pacificação do futebol português. E fê-lo porque conhecia bem o estado atual do futebol e as guerras travadas pela anterior direção. O conflito Porto vs Lisboa e a luta contra o centralismo levada a cabo por Pinto da Costa bem no início dos 42 anos que presidiu o FC Porto trouxeram um desenvolvimento do clube e da cidade, mas um clima tenso entre os adeptos.
Agora, na morte de Pinto da Costa, a resposta que Villas Boas teve foi o silêncio dos dois rivais. Nem Benfica nem Sporting fizeram um comunicado institucional. Se tinham de o fazer? Claro que sim. Não se pedia uma bajulação à pessoa, não se pedia um endeusamento da figura do antigo presidente. Pedia-se uma mensagem de condolências à instituição FC Porto e aos seus adeptos. Simples. Respeitosa. Algo natural entre clubes que partilham relações institucionais.
Não o fazer é contribuir para o reacender das lutas travadas contra os rivais, é unir os adeptos do FC Porto contra aquilo que Pinto da Costa sempre defendeu: a superioridade moral que os clubes da capital consideram ter.
O rótulo que Pinto da Costa ganhou, junto dos rivais, nunca será esquecido. O ódio que criou, de parte a parte, muito dificilmente irá desvanecer. Enviar uma mensagem à pessoa poderia causar um mau estar entre benfiquistas e sportinguistas e seria, também, hipocrisia. Não enviar uma mensagem ao clube é desrespeitoso.
Pinto da Costa é a maior figura do FC Porto. Deixa um legado de muitas vitórias, títulos e do crescimento para um patamar internacional de um clube, até então, regional. Fica também ligado a vários escândalos desde coação a corrupção. Na sua partida, o Benfica remeteu-se ao silêncio, que ainda não quebrou. O Sporting, através de uma entrevista do seu presidente, com as suas já conhecidas dificuldades de comunicação, tentou justificar a posição do clube com os podres da vida de Pinto da Costa, mas lá se engasgou e virou a resposta para o “eu isto, eu aquilo”, provando que passou por uma decisão pessoal. Aos dois clubes, os meus sentimentos por tão fraca decisão.
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