Organização Administrativa Territorial e das Freguesias – Manter a Coerência. Falar Verdade!

Não quero trazer más memórias aos leitores. Felizmente, longe vão os tempos em que todas as razões eram argumento para pressionar a sociedade na implementação de um modelo económico, social e cultural, que almejava o ir além da Troika, indiferentemente dos resultados finais.

E todos sabemos no que resulta o ir além – os ultras, de tempos idos e que não guardam saudades. Recordamos a chamada Reforma Relvas e o impacto negativo, que teve, nomeadamente no nosso Concelho. O processo da agregação e extinção de Freguesias foi uma decisão do governo PSD/CDS que causou grande consternação a nível nacional.

Localmente, e a cargo do Executivo Municipal PSD, a aplicação da (des)organização administrativa foi de um experimentalismo total e com fins meramente eleitoralistas, qual processo de gerrymandering à Americana, tentando potenciar a manutenção do controlo sobre o poder local. Uma reorganização desregrada, sem qualquer critério de proporção territorial e/ou de proporção populacional.

O processo pecou, também, pelo absoluto desrespeito pela vontade das pessoas, atingindo o limiar da anulação da identidade histórica e cultural da Freguesia de Modelos, que, formalmente, perdeu o seu direito de existir.

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Recordo-me de uma famosa Assembleia Municipal em que se tentou determinar a agregação das Freguesias de Freamunde e Carvalhosa, onde só a fortíssima mobilização popular colocou um ponto final em mais esse intento de imposição de uma norma indesejada.

Não se pode aceitar que o PSD venha a terreiro, passados quase 10 anos, sacudir a água do capote e apontar responsabilidades por este processo calamitoso àqueles que sempre se opuseram à agregação.

Aliás, foi sempre bandeira programática do Partido Socialista, à data e em todos os atos eleitorais subsequentes, a colocação a sufrágio popular da intenção de reverter todo o processo, repondo as 16 Freguesias originais.

No PS sempre defendemos que essa é a configuração organizativa do território, que faz sentido neste Concelho, onde as características históricas, sociais e culturais de cada Freguesia são irrefutável património de valor humano. E é isso que, com entusiasmo, continuaremos a defender..

Hugo Lopes, Comissão Politica Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Socialista