Por
Gazeta Paços de Ferreira

09/03/2024, 0:00 h

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O Medo, o papel higiénico e o rato

Opinião Ricardo Neto

OPINIÃO

Há 4 anos atrás, os portugueses acorriam aos supermercados, em busca da última folha de papel higiénico, e no auge da insanidade, carrinhos de compras carregados de rolos, fugiam por entre as caixas de forma apressada, como ladrões fugindo dum banco acabado de assaltar…

Por Ricardo Jorge Neto

OPINIÃO

 

 

Toda aquela loucura, desprovida de humanidade, tinha como origem um medo! O medo individual de ficar sem este bem primário de higienização pessoal!

 

 

Era a irracionalidade a funcionar, e o absurdo humano a gerar um comportamento orquestrado, germinando bons resultados! Tão bons, que fazem desta prática, um recurso habitual para quem pretende atingir fins por meios inaceitáveis!


 

Prova disso é o crescimento das políticas assente no medo!

 

 

Com arraial assente nas redes sociais, os populistas criaram máquinas de fabrico industrial de medo, espalhando o pânico e ódio.

 

 

Desde os imigrantes que aterram aos milhões, alimentando teorias de substituição, de islamização e de outras fantasias acabadas em ‘-ão’ .

 

 

Às casas de banho mistas nas escolas, partilhadas por criminosos e alunos, obrigados a frequentar aulas de cidadania, onde existe o desplante de se ensinar o respeito e a inclusão do próximo… um horror, nem Nabokov iria tão longe!

 

 

Com todo este cenário apocalíptico, os menos atentos, desatam a ‘comprar’ papel higiénico, para limpar Portugal apressadamente!

 

 

E assim o sucesso, de quem arquitecta o medo, fica garantido, ganhando o respeito dos financiadores…
 

 

Estas correntes de medo de tudo infundado, faz-me recordar a estória do rato, que por ter medo do gato, raramente saía da sua toca e viva sempre em sobressalto.

 

 

Certo dia, um mágico, ao ver a sua angústia, transformou-o em gato. Mas ele passou a viver amedrontado com o cão, e a sua dor continuava.

 

 

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Perante isto, o mago transformou-o num vistoso leão, e pensou que o problema ficaria resolvido… Contudo, agora na pele dum leão, passou a viver agoniado com medo dos caçadores!

 

 

Foi então que o mago percebeu, que nada do que ele fizesse, o iria ajudar, porque ele teria sempre a coragem dum rato!

 

 

O verdadeiro medo é algo muito sério, e Portugal sabe o que é o verdadeiro medo!

 

 

O medo de falar, o medo de escrever, o medo de ser, e até o medo de pensar… sim, este medo existiu! Durante 48 anos, os portugueses vivenciaram o verdadeiro medo, e muitos com a coragem dum leão, sucumbiram mesmo assim!

 

 

Mas felizmente, a coragem conjunta das mulheres e dos homens de Abril, derrubaram esse medo, e levantaram a bandeira da liberdade, onde todos são aceites sem medos!

 

 

Hoje vivemos tempos, sedentos de coragem, para lutarmos pela dignidade na habitação, na educação, na saúde, e no trabalho!

 

 

Tenhamos coragem, e lembrem-se que, tanto o 25 de Abril como o papel higiénico, surgiram para limpar coisas fétidas, que não queremos de volta!

 

 

 

 

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