O Futuro de Portugal na Europa

OPINIÃO POLÍTICA

As Eleições Europeias e, consequentemente, o Parlamento Europeu é, para muitos milhões de europeus, e particularmente para os portugueses, uma certa abstração que consideram supérflua. Tal consideração não permanece quando se transforma o voto europeu em nacional ou até mesmo local. Estas próximas eleições são fortemente caracterizadas, ainda, por um voto em torno da situação política portuguesa, com vista a ter repercussões em Portugal e não em Bruxelas ou em Estrasburgo. Não obstante de não ser integralmente assim, ainda o é em parte.

Não nos podemos debruçar sobre os atuais problemas que o país enfrenta sem irmos a montante. Se queremos resolver a crise da habitação, da saúde ou do ambiente, devemos primeiramente refletir e debater sobre esses mesmos problemas ao nível da União Europeia. Mesmo ao nível local, importa sabermos que uma parte significativa das regenerações urbanas, escolas e outras valências existem, porque existe uma União Europeia. Importa também sabermos que, se não existisse uma União Europeia, programas como o Erasmus+ também não existiriam.

Noutra perspetiva, nunca a União Europeia foi tão importante na defesa e salvaguarda dos direitos humanos. Com uma consolidação cada vez mais visível em torno da extrema-direita ao nível europeu, importa ter bem presente que o combate a toda e qualquer tentativa de discursos estratificadores da sociedade e todo o discurso xenófobo e homofóbico (onde existe uma vontade expressa por retrocessos ao nível da ideologia de género), deve começar ao nível do parlamento europeu.

Mais preocupante do que a evolução do número de lugares ocupados por eurodeputados extremistas no parlamento europeu nos últimos anos, está o facto de partidos ditos mais “moderados”, como o caso do Partido Popular Europeu (família política onde se situa o PSD), um partido de direita, possuir um discurso cada vez mais próximo da extrema direita, nomeadamente em termos de migrações (tendo nós em Portugal bons exemplos disso mesmo, sendo o mais recente a permeabilidade do PAR para com discursos absolutamente xenófobos e desrespeitosos para com outras nações na casa da democracia). O combate a essas fragmentações perversas e inconscientes entre as sociedades começa, também ela, no parlamento europeu.

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E para personificar essa combatividade e defesa intransigente pela União Europeia e os valores que representa, o Partido Socialista apresenta-se a estas eleições com todas as condições para um excelente resultado. O PS apostou numa renovação total da lista, com uma cabeça de lista com provas dadas ao nível nacional e europeu e com outras figuras conhecidas, caracterizados pela experiência, capacidade política e humildade, contrastando com a prepotência de outros que, sem nenhuma experiência e currículo político, consideravam, há uns anos, a União Europeia o pior inimigo da Europa.

Estejamos todos com mais consciência do que a Europa representa para nós e do seu papel na nossa segurança, saúde e bem-estar. Do que representa para nós ao nível autárquico. Reflitamos, ouçamos e mobilizemos para o voto. O voto é o nosso dever. Votar é uma expressão poderosa da nossa responsabilidade e consciência cívica.