17/03/2022, 0:00 h
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Vivemos num mundo estranho. Num mundo em que Messi e Neymar são assobiados pelos seus próprios adeptos num jogo em casa. Num mundo em que Mbappé, que não quer renovar e vai sair a custo zero, é aplaudido por esses mesmos adeptos. Não sei se ingratidão é a palavra certa.
É o dinheiro árabe que permite que o PSG tenha uma constelação no seu plantel e sem esse investimento, o clube andava, provavelmente, longe dos lugares cimeiros.
Por outro lado, Neymar, Mbappé e Messi já deram muito ao futebol, mas não deram assim tanto ao PSG. Em termos de títulos, o PSG só tem ganho internamente (e nem sempre) e o plano para a conquista da Liga dos Campeões tem falhado ano após ano.
Logo, também é injusto acusarmos os adeptos de falta de memória. Mas os adeptos não têm razão?
Tanto dinheiro investido, apresentações mediáticas, filas para comprar camisolas, sonhos atrás de sonhos e, depois, a realidade é uma desilusão.
Eu acho que aquilo que os adeptos reclamam é a falta de liderança. Pochettino não é um líder, ou pelo menos não é aquele que o PSG precisa. São muitos egos no mesmo balneário.
Mais importante do que ter os melhores, é torna-los numa equipa. Pochettino não conseguiu isso e ficou bem explícito após Benzema marcar o primeiro golo na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
O Real Madrid cresceu em conjunto e uniu-se como equipa; o PSG desmoronou, individualizou-se e cada um tentava segurar o jogo à sua maneira. Passou o Real Madrid, que esteve por baixo grande parte da eliminatória, mas que teve mais alma.
Para o PSG e as suas estrelas foi mais uma oportunidade perdida. Donnarumma vê o “seu” Milan a lutar pelo título; Mbappé sabe que cada ano passado (e falhado) é mais um ano longe da Bola de Ouro e vê o Real Madrid com bons olhos; Messi escolheu os milionários de Paris para seguir com a carreira e está na sua pior época de que há memória; Neymar, que nunca teve a mentalidade ao nível dos pés, perde oportunidades consecutivas de se juntar aos melhores dos melhores, aos Bolas de Ouro.
O PSG, por agora, não passa de uma coleção de cromos. Os adeptos gostam desse lado mediático, mas é importante que esse mediatismo dê resultado dentro de campo.
Pedro Queirós
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