06/07/2024, 10:49 h
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OPINIÃO POLÍTICA
OPINIÃO POLÍTICA
Acumulam-se factores de desconforto, de insatisfação, de desunião, de decadência. A atual União Europeia é a expressão política mais nítida dessa evolução negativa. A evidência desse caminhar histórico tem assumido novos aspectos na realidade das nações e dos povos.
O progresso tecnológico por vezes esconde o terramoto social latente, com o acesso generalizado a certos bens, equipamentos e serviços, julgados por muitos como absolutamente essenciais. Sentem-se ilusoriamente os povos europeus como detentores de uma prosperidade definitiva, com uma abrangente “classe média” europeia, contudo sem rendimentos ou propriedade.
Mas a sociedade de consumo vigente na Europa não ilude o tal terramoto social, as fragilidades colossais do sistema educativo, as disfuncionalidades do sistema de saúde, as iniquidades da proteção social, as tendências crescentes do emprego precário e sem direitos, os fenômenos imigratórios desestabilizadores. A própria produção está em causa na Europa, bem como a resposta insuficiente com necessidades de trabalho mais especializado ou qualificado. A Europa é um pigmeu no mundo contemporâneo.
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A liderança política da Europa, e com ênfase na União Europeia, é a face visível da patologia. São generalizadamente líderes fracos, ineptos, trapaceiros, sem dimensão ou visão, que se sucedem nos governos dos países, numa lógica de continuidade e cegueira.
A política europeia valoriza mais a imagem do que a decisão. E quando a imagem se desgasta, os povos desgraçadamente procuram alternativas à mão, já que a política como se sabe tem horror ao vazio. E a roda das incompetências e das desadaptações continua a rodar, com novos produtos mediáticos.
António Costa vai assumir agora o cargo de Presidente do Conselho Europeu. Estralejaram foguetes em Belém e S. Bento, como se de tal facto resultasse salvação nacional ou ganho evidente. Recordei-me de Durão Barroso e do seu medíocre desempenho como Presidente da Comissão Europeia. Recordei-me do outrora António Costa, o socialista liberal dos governos nacionais, esgotado, sem resposta a problemas sérios. Fala-se agora e sempre da utilitária política de “consensos”, do etéreo “europeísmo convicto”, desse pântano na Europa onde conservadores, socialistas e liberais se aconchegam mutuamente…
António Costa estará acompanhado na gestão da União pela ridícula Úrsula von der Leyen, a atual presidente da Comissão Europeia, e por uma inenarrável estoniana de nome Kaja Kallas como MNE da União Europeia. Uma companhia deplorável. Mas decididamente António Costa, nos 2 anos e meio do mandato, poderia fazer a diferença. Esse é o meu desejo. A concretização parece difícil.
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