21/12/2024, 11:29 h
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OPINIÃO POLÍTICA
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
O circo na vida política pegou moda, talvez por ser Natal. É entrar, meninos e meninas.
Das janelas do Parlamento, cinquenta aprendizes de palhaços mostraram roupas novas e um despudor velho.
O nosso ex-primeiro ministro, recém-empossado, ufano da gravidade, viajou para Kiev para abraçar o amigo nazi. E com que entusiasmo o fez!
No dia 25 de novembro houve orgia palratória irreprimível, prenhe de falsidades e ameaças. Uma santa aliança formada recentemente, e cinquenta anos após, ergueu uma cerimónia inédita. Só faltaram um sonoro “25 de novembro, sempre!”, e o Povo…
No centenário do nascimento de Mário Soares, houve um descarado apagar da História por muitos, com a sua canonização republicana, e uma intolerante falta de charme e de respeito por parte da direita revanchista, do CDS, da IL e do Chega.
O patronato apoia o Chega em manifestações de cruzada contra os imigrantes e, ao mesmo tempo, invoca a necessidade deles, uma mão-de-obra barata nas obras e nos campos agrícolas. Venham a nós os braços dos infiéis.
Na Saúde alivia-se a consciência da putrefacta realidade de hoje com a manobra de diversão da afluência indevida dos serviços por estrangeiros.
Na Educação relativiza-se o concreto, o ter ou não ter professor, questão menor, coisa de somenos.
O Presidente Marcelo afirma-se como o escudeiro-mor do governo, a que não faltam não-existências e estagiários titulares de cargos governativos à experiência.
Alguns autarcas PS balançam em actos e palavras, perigosamente, entre a similar corrupção de alguns dos seus pares do PSD e a retórica imaginativa fascista do Chega.
Guterres, outra não-existência, ama o projeto libertador dos fundamentalistas religiosos na Síria e não vê, certamente por ptose palpebral, os crimes no Médio Oriente.
A herança do falecido cantor Marco Paulo é análise de deriva nacional, quase a merecer comissão de inquérito parlamentar.
Um almirante, agora sem barco, promete-nos ultrapassar pela direita o cabo bojador das tormentas e levar-nos para as profundezas do pior populismo.
Em França, reergue-se uma catedral, mas afunda-se um Estado.
Na Alemanha, repete-se a História de há um século, encerrando-se fábricas e paralisando a economia.
Nos Estados Unidos da América vive-se num reality show da pior espécie, com gente boçal em êxtase.
Há por aí um qualquer buraco negro que nos atrai para a barbárie, a estupidez e o charco fétido. O ser humano degrada-se continuamente.
Até quando o circo?
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