“O Apaixonado” é Demasiado Romântico

DESPORTO

Antes deste europeu, Portugal tinha sido eliminado das grandes competições por Uruguai (2018); Bélgica (2021) e Marrocos (2022). Ser eliminado pela França é, na teoria, um resultado melhor do que os anteriores. Ainda assim, todos têm algo em comum: sabem a pouco.

Por Pedro Queirós

COMENTÁRIO DESPORTIVO

Neste europeu, enfrentámos a França de olhos nos olhos. Sem temer um adversário historicamente superior. E esse, talvez, seja o ponto mais positivo desta competição: temos uma geração capaz de ombrear com os melhores, com qualidade em todos os setores.

Apesar de tudo isso, perdemos. E perdemos talvez no jogo mais bem conseguido. Saímos do Europeu pela razão mais básica para não se ganhar num jogo de futebol. Não marcámos golos. Criámos situações para isso, fomos sólidos defensivamente, mas a bola não entrou.

A bola não entrou mais depois de Bruno Fernandes ter feito o 3-0, ao minuto 56, do segundo jogo da fase de grupos. Depois desse, Portugal teve mais três jogos. 0 golos.

E não. A culpa não é de Ronaldo. Ronaldo foi uma opção do treinador, entrou em campo e deu o que tinha. Não marcou em nenhum dos cinco jogos, mas teve boas prestações. Contra a França, passou um pouco ao lado. E como qualquer outro, devia ter sido substituído.

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Não foi. Numa das várias más decisões do treinador. Roberto Martinez espreme as suas opções iniciais até ao limite. A determinada altura, deu a entender que as substituições eram feitas pelo estatuto e não pelo rendimento do jogador. Bernardo Silva chegou a ser utilizado em três posições diferentes no mesmo jogo e não saiu. Gonçalo Ramos e Jota foram passar umas férias à Alemanha porque somaram “meia dúzia” de minutos numa equipa que poucos golos marcou…

Quanto a João Félix, não devia ter batido o penalti. É um jogador que não tem estado bem nos clubes, longe daquilo que prometeu. Mesmo psicologicamente parece não estar nas melhores condições e não precisava de mais este peso. O penalti não foi mal batido. Foi ao poste. Mas fica marcado na eliminação. Mais uma vez, culpa de quem tem a responsabilidade de gerir essas situações.

“Os Apaixonados” têm um treinador demasiado romântico. Parece certo que não vai sair já, mas vai ter um peso ainda maior para o próximo mundial. Sérgio Conceição ainda está disponível. Pode ter mau perder, mas eu prefiro um treinador com má cara do que sorrisos e um discurso fraco depois uma derrota frente à Geórgia.