19/01/2025, 0:00 h
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OPINIÃO
Por Manuel Maia
Nosso tempo é HOJE, tudo o mais é “NÃO-SER”! Hoje entramos em janeiro. Primeiro mês do ano. Mês de inverno; de recolhimento; de retiro. Retiro físico e espiritual. Tempo de encher os pulmões de ar. Ar e coragem. Coragem para enfrentar o cortejo de brutalidades que se nos deparam pela frente.
A ameaça de guerras e mais guerras são factos visíveis. Estas significam, mais miséria. Os pobres vão ser chamados, uma vez mais, a participar na solução dos problemas. Problemas que não foram criados por eles, mas, sim, por quem nos governa. Sobretudo pelos governantes das grandes potências mundiais. Potências que dominam o mundo com mãos férreas, cruéis, inflexíveis, intransigentes. Potências que se estão marimbando para os pobres, desde que estes não atrapalhem a produção de gases com efeito de estufa, porque se atrapalharem, já sabem, não morrendo destes gases, morrem de fome.
São sete o grupo das potências mais poderosas, mas que numa versão mais alargada chega ao G20. Este Grupo, dominando a base mundial de dados sobre os recursos naturais, domina, naturalmente, o mundo inteiro. Mundo composto por centenas de países e biliões de pessoas.
Mas, dizia eu, que os pobres vão ser chamados, uma vez mais, a participar na solução de problemas, que não criaram.
Em aqui chegado, lembro o que povos de antanho, sofreram para reconstruir o que foi destruído; curar as mazelas das chagas provocadas pelas sucessivas guerras, mormente, pelas duas anteriores guerras mundiais.
Para um combate eficaz à miséria não basta construir mais casas*, estas são importantes, mas não são tudo! É preciso investir na Cultura, na Educação, na Alimentação, na Saúde e no Emprego.
Enfim, acabar com as pessoas subsidiodependentes.
Teremos sido nós, Agentes Culturais e Órgãos de Comunicação Social, eficazes na promoção de normas que visam o desenvolvimento da Humanidade? Certamente que não!
Caso contrário, o mundo não estaria como está! As nossas vidas não são, muitas vezes, coerentes com as ideias que defendemos, o que leva a pensar que a maioria dos intelectuais são “anormais”! Aqui lembro “Ensaio Sobre a Cegueira” de José Saramago. Mas se quisesse ir mais longe chamaria Kafka, Nietzsche, Dostoievski… (autores que eu li e reli, só para pensar que entendi, mas não entendi! Dostoievski, por exemplo, escreveu três ou quatro obras, no “corredor da morte”. Os outros sofriam de esquizofrenia)
Miguel de Cervantes diz, na sua magistral obra “D. QUIXOTE DE LA MANCHA”, (livro escrito em 1605, mas sempre actual. Li apenas a primeira parte e são, nada mais, nada menos, que 797 páginas) dizia ele, então: “o sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados”. Quer ele dizer que nós temos andado neste mundo como sonâmbulos. Caminhamos a dormir; agimos a dormir e falamos sem saber o que dizemos. Fazemos o nosso trajecto vital sem pararmos para admirar a paisagem e, muito menos, para pensar, reflectir, meditar no que se passa ao nosso lado com a nossa família, os nossos vizinhos e os nossos amigos. O que Cervantes disse, no Sec. XVII, poderia ser dito hoje, sem tirar nem pôr…
*- Não queria terminar este artigo sem dar os parabéns ao Sr. Presidente da Junta da Freguesia de Seroa, Dr. Rui Barbosa, pelo esforço de passar a Freguesia de Seroa a Vila. Lembro, no entanto, e ele sabe disso melhor do que eu, que é preciso criar mais algumas infraestruturas de qualidade, quais sejam: Centro de Saúde; Posto Médico; Farmácia; Serviços de Proteção Social a idosos e deficientes; C.T.T; Estabelecimento de Ensino Básico ou Secundário; Agência Bancária; Associação Cultural de Moradores; Parque e Jardim Infantil, e Número mínimo de Eleitores. Este, um apanhado de infraestruturas que fiz no tempo do Sr. Joaquim Pinto, exactamente com a mesma intenção. Infelizmente, nessa altura, encalhamos logo neste último item. Hoje sei que muitas dessas infraestruturas já estão criadas, outras em andamento e outras, a breve trecho, não serão esquecidas.
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