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Gazeta Paços de Ferreira

22/08/2022, 22:00 h

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No centenário de João Taipa O Desportista Exemplar

Destaque

João Taipa foi um jogador inteligente, que transpirava técnica, esforço e coragem. Um líder inspirador e um exemplo perfeito para quem o rodeava.

 

Num momento em que a competitividade agressiva domina o desporto, é gratificante recordar João Taipa, que no passado dia 30 de julho faria 100 anos, se ainda estivesse connosco – nasceu a 30 de julho de 1922 e faleceu a 2 de fevereiro de 2014.

João Taipa foi um excelente praticante de futebol – marcou muitos golos – mas foi, sobretudo, um atleta exemplar pelo seu comportamento disciplinado, cumpridor das regras do jogo e respeitador dos seus adversários.

Foi por estas qualidades humanas que a Federação Portuguesa de Futebol o escolheu para seu porta-estandarte, no início das comemorações do seu 50.º aniversário, em maio de 1964.

Nesta senda, longos anos depois, o Município de Paços de Ferreira instituiu, por proposta de José Neto, o Prémio “Fair-Play” a nível concelhio com o seu nome.

João Taipa começou a praticar futebol muito cedo, nas condições típicas da época – recreio da escola – com a bola de trapos e pés descalços (ele era exceção e por isso ia para guarda redes), tendo depois transitado para o “mítico” Largo da Feira, após uma passagem meteórica pelo Carvalhal na “classe infantil”, que, imagine-se, teve como 1.º adversário a vizinha União Desportiva de Paços de Ferreira, que venceu, em Meixomil, por 4-2.

(Aliás as relações desportivas de João Taipa com os vizinhos foram exemplares: nunca perdeu, nem empatou – venceu sempre!)

A carreira futebolística de João Taipa iria (re)iniciar-se, com regularidade, a partir dos 17 anos, obtidas as devidas autorizações do pai e da A.F.P., em 1939, no Freamunde Sport Clube, formado por jovens dos 18 aos 20 anos, alguns dos quais (“os melhores”) tinham vindo da então extinta União Desportiva de Paços de Ferreira.

Jogava a “ponta esquerda” e os seus dotes de goleador, permitiram-lhe a titularidade na equipa, que em 1941/1942 arrebatou o 1º título distrital, vencendo o Campeonato Distrital da 3.ª Divisão, marcando nove dos 21 golos da equipa.

E foram estas as “proezas” que o levaram ao F.C. Porto, na época seguinte, tendo marcado no seu primeiro jogo, um dos sete golos com que os “portistas brindaram” o Leixões, no Campo do Lima.

Regressa a Freamunde, na época de 1944/45, onde permaneceu até 1966, tendo disputado o seu último jogo a 16 de maio de 1966, num Freamunde – Paredes, ganho pelos “capões” por 3-1.

Acerca de João Taipa, escreveu Joaquim Pinto, o historiador de Freamunde e das suas gentes: “João Taipa foi um jogador inteligente, que transpirava técnica, esforço e coragem. Um líder inspirador e um exemplo perfeito para quem o rodeava. Um jogador completo que esbanjou arte pelos “pelados” e que contribuiu para o fulgor do espetáculo que se tornou a referência da célebre equipa dos “Argentinos”, assim alcunhada por fazer lembrar a famosa formação de São Lorenzo de Almagro que deslumbrou, com o seu virtuosismo, todos os portugueses, numa digressão que por cá efectivou. A euforia era tal que os êxitos da rapaziada foram transportados para o placo. Da revista de costumes em dois actos “Freamunde é coisa boa” – original e música de Fernando Santos (1.ª representação, na Associação de Socorros Mútuos Freamundense, em 25 de dezembro de 1951 -, surgiu o hino, de sucesso assinalável, que jamais se apagará da memória dos freamundenses, várias vezes recordado e cantado em jornadas de evocação e saudade”.   

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