22/12/2024, 0:00 h
602
Munícipio Freamunde Opinião Opinião Politica
OPINIÃO POLÍTICA
Por João Paulo Carvalho
Este Natal, é tempo de refletirmos sobre quem somos, o que temos e o que podemos ainda alcançar. Freamunde, uma terra rica em história, cultura e trabalho, tem sido injustamente deixada para trás nas últimas décadas. Desde 2004, não se construiu nenhum prédio novo. Apenas agora, em 2024, surgem três blocos que, embora sejam um sinal tímido de mudança, lembram-nos do esquecimento a que fomos sujeitos durante 20 anos.
Este esquecimento não é apenas coincidência. É fruto de promessas vazias feitas pelos encantadores de ilusões, que se apresentam com discursos cheios de esperança, mas sem resultados concretos. Lembram-se do projeto “Freamunde a concelho” de 1998 que chegou a passar na assembleia da Câmara Municipal de Paços de Ferreira? Da tão falada Casa das Artes, do novo Posto da GNR que libertaria a Junta de Freguesia, da pista de atletismo, do terreno do Sport Clube Freamunde? Este último, aliás, teve recentemente o reconhecimento de culpa por parte do atual presidente da Câmara, Humberto Brito, que afirmou estar disposto a recomprá-lo. E o pavilhão multiusos? O parque de lazer? Obras que se arrastaram durante quatro anos e que, na prática, não passaram de terra movida de um lado para o outro.
Porquê tantas promessas sem cumprimento? Porque sabem que dependem de nós. Sem o povo de Freamunde, não há poder. Nós somos a base, o pilar que sustenta os encantadores de ilusões. No entanto, em vez de nos respeitarem, fazem-nos acreditar que somos dispensáveis, secundários, quando a verdade é exatamente o oposto.
Enquanto Freamunde estagnou, em Paços de Ferreira tudo cresceu. Construções multiplicam-se a um ritmo impressionante, apesar de lá ser muito mais caro viver, três mais caro que em Freamunde. Aqui, em contrapartida, quem quis uma Habitação teve de sair, pois as opções eram nulas. Este contraste não é um acaso. Parece um plano claro para travar o nosso crescimento e esvaziar a nossa força.
Este tratamento afeta-nos profundamente. Mexe com o nosso orgulho e a nossa autoestima como povo. Querem fazer-nos acreditar que não somos importantes, mas isso é uma mentira descarada. Quem visita Freamunde sabe que somos diferentes, que temos algo único. A nossa história está em tudo: na indústria, no teatro, na música, no desporto e, acima de tudo, no associativismo. Sempre fomos capazes de transformar pouco em muito, mas agora tentam apagar essa força.
Porquê? Porque Freamunde sempre foi uma terra de coragem e união. Foi daqui que saíram ideias, produtos e movimentos que levaram o nome do concelho para longe. E é exatamente esta força que incomoda. O plano é dividir-nos, enfraquecer-nos, e criar entre nós um ambiente de crítica e auto desvalorização.
Mas a verdade é que Freamunde ainda tem um coração forte e um povo apaixonado pela sua terra. Este amor não se aprende, nem se apaga. É algo que nos define. Mesmo com as nossas diferenças, há algo que nos une: o orgulho de sermos Freamundenses!
Este Natal, deixemos de lado as divisões e pensemos no que podemos fazer juntos. Não nos deixemos enganar por promessas vazias nem por discursos de ilusão. O futuro de Freamunde está nas nossas mãos. Unidos, podemos recuperar o que nos foi tirado e construir um futuro melhor.
Feliz Natal, Freamunde. Que 2025 seja o ano em que mostramos a todos, mas principalmente a nós próprios, que esta terra ainda tem muito para dar. Juntos, conseguimos.
ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA
Opinião
17/08/2025
Opinião
13/08/2025
Opinião
11/08/2025
Opinião
10/08/2025