20/01/2022, 0:00 h
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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) entende que "qualquer pessoa", incluindo cidadãos em isolamento e infetados com covid-19, tem o direito de votar de forma presencial nas eleições legislativas de dia 30. Afirma que a contenção da pandemia "não pode restringir" esse direito.
Se vamos falar de direitos então há que dizer à CNE que justifique aos indivíduos que perderam familiares e não lhe foi concedido o direito de participar nas cerimónias fúnebres, ou ainda que de longe se pudesse despedir daquele ente querido;
Que justifique às pessoas que estão em isolamento, e nem sequer podem partilhar os mesmos espaços, mesmo que de longe, com as pessoas com quem vivem.
Justifique aos pais infetados, ou em isolamento que são privados de tratar das suas crianças.
Justifique aos idosos que estão privados de visitas, obrigados à solidão, e solidão também mata.
Justifique aos profissionais de saúde que nos dias seguintes vão ter um acréscimo brutal de afluência nos hospitais.
Justifique às pessoas que vão deixar o conforto dos seus lares, e de estar com a familia para estar nas mesas de voto e que vão estar expostas ao vírus.
Eleições não justificam tudo, quando somos obrigados a cumprir regras que nos condicionam vida, mas em contrapartida, em dia de eleições vale tudo!
E que força moral terão segunda-feira obrigarem as pessoas a ficar em casa, quando no domingo lhe deram o direito de sair, mas somente para ir votar.
Respeitem todos os indivíduos. Será que as pessoas não infetadas terão vontade de ir votar nessas condições? Eu não. E quantos como eu não irão? Será que vale a pena correr esse risco?
Criem soluções para permitir que o direito ao voto seja exercido por todos e de formas mais variadas, por exemplo horários ou locais diferentes para contaminados e não contaminados; mesas de voto especiais, drive thru, recolha domiciliária dos boletins de voto. Desde que não coloque em risco a saúde coletiva.
Porque o vírus no dia das eleições não estará em greve, ele vai estar presente! E pode ser um “presente” envenenado.
Celina Pereira, Membro da Comissão Politica Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Socialista
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