08/07/2022, 0:00 h
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Quem escreve num espaço de opinião como este, por norma, dá a sua opinião, critica, argumenta, comenta, mas acima de tudo tenta passar uma mensagem que espera seja compreendida.
Por vezes também acontece que aquilo que escreve se torna de certa forma uma previsão ou premonição de algo que pode vir a acontecer (ou não acontecer).
Não pensamos que seja propositado (no nosso caso não é de certeza absoluta!) mas acontece.
Vem esta introdução a propósito do artigo de opinião que escrevemos e que foi publicado na Gazeta de 09/06/2022 (um mês de distância).
Se bem se lembram o título era “Jamais em Portugal” e falava na moção de censura a Boris Johnson e ao seu governo, proposta pela sua própria bancada/partido por causa dos escândalos do "Partygate" — as festas em Downing Street durante os confinamentos da pandemia.
Nem de propósito, e eis que, nos últimos dias, tivemos um ministro a dizer o que não devia de uma forma sobranceira e prepotente, uma oposição parlamentar estranhamente “simpática”, uma oposição não parlamentar completamente inexistente (provavelmente mais ocupada a tentar resolver problemas internos), um presidente da república inesperadamente contido e um primeiro ministro total e completamente refém dele mesmo (?), que não quis ou não conseguiu actuar, como lhe era exigido - que era a demissão imediata do referido ministro. Naturalmente, nada nos move contra o ministro, mas trata-se de uma situação demasiadamente grave para passar unicamente com uma reprimenda e um pedido de desculpa publico.
Da tentativa do ministro de passar uma rasteira ao primeiro-ministro (lembramos que no momento das declarações do ministro o primeiro ministro estava no estrangeiro) à humilhação publica, que o primeiro ministro impos ao ministro, no fim, aconteceu nada.
Ninguém neste momento (talvez os próprios) percebeu o que efectivamente se passou e porquê.
Num exercício de pura especulação podemos pensar que tudo estava combinado entre eles ou temos aqui um primeiro sinal da “síndrome da maioria absoluta”.
O tempo o dirá.
Oscar Leal (Vice-presidente do CDS de PF).
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