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Gazeta Paços de Ferreira

20/07/2023, 0:00 h

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Morrer na cultura atual…

Opinião Celina Pereira

OPINIÃO

Nunca vi tanta hipocrisia junta, tanta gente falsa, que vive para impressionar e para ficar bem na fotografia, só porque o protocolo manda.

Celina Pereira

Alguém partilhou nas redes sociais um texto, que chamou muito a minha atenção e que vou partilhar aqui convosco:

 

“O Ser humano é estranho... Briga com os vivos, e leva flores para os mortos. Lança os vivos na sarjeta, e pede um "bom lugar para os mortos". Se afasta dos vivos, e se agarra desesperados quando estes morrem.

Fica anos sem conversar com um vivo, e se desculpa, faz homenagens, quando este morre. Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto.

Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o santifica quando este morre. Não liga, não abraça, não se importam com os vivos, mas se autoflagelam quando estes morrem. Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte, e não na sua vida.

É bom repensarmos isto, enquanto estamos vivos!”

 Autor desconhecido

 

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Este texto surgiu-me assim do nada. No entanto, foi mais uma constatação da realidade, que tenho muito presente e que também aconteceu por estes dias.

 

Recentemente “ALGUÉM” deixou o mundo dos vivos. As redes sociais inundaram-se de textos eloquentes de despedida: eis que lhe surgem tantos amigos, a lamentar a sua partida, tanta manifestação de amizade eterna, mas ele já não estava cá.

 

Todavia, quando ainda estava entre nós, muitas vezes referiu, que certos indivíduos, nem sequer, lhe atendiam o telefone. No entanto, agora, perante a sua morte e para as redes sociais, eram textos lindos de uma despedida, que não seria uma despedida, mas sim um até já.

 

 

 

 

 

Nunca vi tanta hipocrisia junta, tanta gente falsa, que vive para impressionar e para ficar bem na fotografia, só porque o protocolo manda.

 

Isto mostra o que somos enquanto pessoas. Vivemos a nossa vida cheia de pressa, querendo sempre mais: mais poder, mais dinheiro, mais prestígio, sempre mais, mais, mais e mais.

Não temos tempo para observar o outro, se o outro está bem se está mal , se precisa de um pouco do nosso tempo, de uma palavra ou mesmo até do nosso silêncio, mas que estejamos ali.

 

Grande parte das vezes nem sequer precisamos de estar presentes fisicamente, cara a cara. Basta a distância de um telefonema, porque às vezes a pessoa só tem necessidade de deitar cá para fora alguma angústia, sentir que alguém está ali para ouvir, mas que está ali, ainda que seja uma troca de disparates, mas não importa, o que importa é estar. Porque a amizade não se diz, mostra-se, mas enquanto estamos cá!

 

 

 

Muitos, não vêm a pessoa, mas sim a utilidade dela, mesmo que já não esteja cá para ver.

 

Celina Pereira

 

 

 

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